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Análise da imprensa osoriense no século XX
Yago Schwartzhaupt de Souza da Silva, Maria Augusta Martiarena de Oliveira

Última alteração: 01-11-2016

Resumo


Na pesquisa historiográfica, destaca-se o papel da imprensa, considerada formadora de opiniões e ideologias, como fonte de análises. Especificamente na História da Educação, o uso de jornais consolida-se como testemunho de métodos e concepções pedagógicas de um determinado período. Assim, permitem-se estudos mais ricos a respeito dos discursos educacionais, revelando-nos em que medida eles eram recebidos e debatidos na esfera pública. Este trabalho encontra-se vinculado ao projeto de pesquisa “História das instituições educacionais e seus acervos escolares na cidade de Osório – RS”, que objetiva a preservação da memória escolar do município por meio de fontes escritas e iconográficas. Entende-se que, para a utilização adequada da imprensa como fonte de pesquisa, faz-se necessário realizar um estudo da vinculação partidária, ideológica ou doutrinária a que o jornal encontra-se relacionado. Dessa forma, o presente trabalho visa abordar determinadas características dos periódicos regionais pesquisados, que datam da década de 1930 até a década de 1990. Os jornais aos quais dedica-se o presente estudo, encontram-se no Arquivo Histórico Antônio Stenzel Filho, localizado na cidade de Osório, Rio Grande do Sul. Até o presente momento, foram transcritas 774 notícias com a temática educação em esfera municipal, estadual e nacional. Foram observadas algumas determinadas características em quatro periódicos utilizados – O Legendário (1930 – 1931); Farroupilha (1935 – 1936); Folha do Litoral (1980 – 1988); e Jornal Momento (1986 – 1993). Essas observações foram: diretor; editor; redator; e jornalista dos jornais conforme os períodos, bem como as filiações políticas e sindicalistas. O impresso O Legendário encontrava-se filiado ao Órgão do Partido Republicano, sendo o único a manifestar sua corrente política. Esse periódico contava com vários redatores, enquanto o Farroupilha contava apenas com dois diretores. O jornal Folha do Litoral teve apenas dois diretores no período pesquisado, e encontrava-se associado a duas associações de jornais. O jornal apresentou passagens declarando que não se responsabilizava pelas opiniões manifestadas pelos colaboradores e que a opinião dos artigos não era necessariamente a do jornal. As passagens também apareceram no Jornal Momento. Esse jornal era vinculado às mesmas associações do anterior e teve, no período pesquisado, diversos diretores, redatores e jornalistas, porém somente um editor. Após a realização deste trabalho, percebe-se que os jornais são influenciados pelas crenças e opções de seus organizadores, resultando na imparcialidade de seu conteúdo. Mesmo assim, os impressos continuam como uma fonte de pesquisa única, repleta de informações que não são encontradas em outro lugar.


Palavras-chave


História da Educação; Imprensa; Arquivos Históricos

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