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O tema deste estudo é a descontinuidade escolar dos jovens, analisada a partir das redes de relações sociais, das quais eles fizeram parte ao longo da sua trajetória escolar. O propósito desta pesquisa é compreender as influências que as redes sociais podem exercer no processo de interrupção escolar. Embora existam muitos estudos sobre essa temática, esta pesquisa avança teoricamente, pois aborda a questão a partir da análise de redes sociais, enfatizando, assim, a análise relacional. O estudo abrangeu estudantes que cursavam o ensino médio na Educação de Jovens e Adultos em cinco escolas distintas em Porto Alegre, onde foram realizadas quinze entrevistas com jovens entre 18 e 29 anos, através das quais foram investigados os percursos escolares seguidos por eles e identificados os vínculos estabelecidos e que formaram suas redes sociais. O trabalho baseou-se nos conceitos de socialização e de redes sociais. No âmbito deste estudo, as redes sociais são entendidas como um conjunto de indivíduos ligados por meio de uma relação, formando um sistema de vínculos que podem ser diretos ou indiretos. As redes sociais precisam ser entendidas dentro de seu contexto, tendo em vista suas transformações com relações múltiplas e complexas. Nas redes circulam inúmeras informações que têm implicações diferentes na forma de vida de cada indivíduo. Identificaram-se através das entrevistas três tipos de redes que podem exercer influências na interrupção dos estudos, sendo elas: as redes institucionais, as redes de amizades e as redes familiares. Constatou-se que a inserção em determinados tipos de redes sociais podem influenciar os jovens a traçarem trajetórias distantes da escola. A análise aponta que os três tipos de redes influenciam de formas diferentes na interrupção dos estudos, sendo os laços formados pelos jovens um ponto importante para a desmotivação pelos estudos.

Descontinuidade escolar; Jovens; Redes sociais; Trajetória escolar