O estudo realizado tem como tema a avaliação escolar no ensino médio. A partir de um olhar da sociologia da educação, objetiva-se compreender a dinâmica do processo avaliativo escolar no ensino médio, com enfoque no Ensino Médio Politécnico da rede estadual de educação do Rio Grande do Sul, tendo em vista a concepção dos atores envolvidos (professores, gestores e alunos) sobre a (in)justiça na avaliação. A concepção de justiça é pensada tendo em vista a discussão sobre o reconhecimento das diferenças no âmbito da escola. Discute-se como a percepção sobre o esforço, as desigualdades e as diferenças interferem na tomada de decisões dos professores no que se refere à aprovação/reprovação. A motivação para a pesquisa está relacionada aos desafios que se colocam para pensar a avaliação na escola, sobretudo ao se considerar os aspectos para além do critério nota. A pesquisa é realizada com base no método etnográfico, utilizando-se de técnicas de coleta de dados como a observação de conselhos de classe ao longo de um ano letivo, os quais já começaram a serem observados, e de entrevistas com os atores investigados, numa escola estadual que possui o Ensino Médio Politécnico. Até o momento os dados coletados referem-se apenas à percepção dos professores. A partir dos conselhos já observados, pôde-se notar que, geralmente, os conceitos atribuídos aos alunos no final de cada trimestre não avaliam somente o conhecimento sobre os conteúdos dos mesmos. Tais conceitos são muitas vezes atribuídos levando em conta outros aspectos, como a dedicação dos alunos, as suas dificuldades, o seu histórico escolar, o comportamento em sala de aula, etc. Assim, é lançado um olhar à questão proposta, desvelando as percepções sobre (in)justiça dos mesmos sobre a avaliação e como a noção de reconhecimento da diferença auxilia para essas imagens sobre as (in)justiças e para as decisões sobre avaliação em si.