Última alteração: 30-10-2016
Resumo
Doenças de tronco da videira compreendem em um grupo de doenças ainda pouco pesquisadas no Brasil, mas de grande importância, uma vez que, afetam de forma negativa produção e qualidade vitícola, caracterizam-se por um grupo onde se incluem doenças como declínio de Eutypa ou eutipiose (Eutypa spp.), doença de Petri (Phaeomoniella chlamydospora e Phaeoacremonium spp.), doença de Esca (P. chlamydospora, Phaeoacremonium spp., Fomitiporia mediterranea e F. australiensis), podridão descendente (fungos da família Botryosphaeriaceae), declínio de Phomopsis (Phomopsis viticola) e pé preto (Cylindrocarpon spp., Campylocarpon spp. e Ilyonectria spp.). O objetivo deste trabalho foi caracterizar morfologicamente a diversidade de fungos causadores de doença de tronco em videira. Foram recolhidas sete amostras da cultivar Merlot na região da Serra Gaúcha, onde já haviam sido monitorados sintomas externos durante o ciclo, relacionados em trabalho anterior. As amostras seguiram para isolamento no laboratório, onde primeiramente foi identificado sintoma interno incluindo: sintomas de pontuação, contorno preto do sintoma e sintoma em “v” e após registro fotográfico. As amostras foram imersas em etanol 70%, por 30 segundos, hipoclorito de sódio 3,5% por 1 minuto e novamente em etanol 70% por 30 segundos. Após, pequenas seções do tecido com sintoma foram removidas com bisturi e inoculados 4 seções por placa de Petri contendo meio BDA (batatadextrose-ágar) tetraciclina 0,4%. As placas foram incubadas à 26 (± 1) °C, acompanhadas por quatro semanas. A identificação morfológica dos fungos baseou-se no aspecto visual da colônia, como características morfológicas (forma, cor e velocidade de crescimento) e nas características morfológicas observadas em microscópio, como formato e tamanho do esporo. Resultados parciais indicam incidência dos fungos Phaeomoniella chlamydopora, Botryosphaeria spp. e Phaeocremonium spp. no vinhedo analisado, das amostras consideradas sadias apenas uma cultivar não apresentou crescimento de patógenos no isolamento.