O incremento no potencial de rendimento de grãos das lavouras de trigo tem sido de fundamental importância para o Brasil atingir a autossuficiência na produção deste cereal. Sabe-se que os principais componentes do rendimento da cultura do trigo são: número de grãos por espiga, massa média de grãos e número de espigas por unidade de área, o qual é altamente dependente da contribuição do número de afilhos. Em condições favoráveis para a cultura do trigo, há uma uniformidade na produção de colmos, com o surgimento de afilhos regularmente espaçados, enquanto em condições de estresse, são observados diferentes padrões de afilhamento, resultando em menor aproveitamento de nutrientes, com queda na produtividade da lavoura. Assim o objetivo deste estudo é analisar o caráter afilhamento em trigo e verificar sua real efetividade no rendimento final de grãos. Os experimentos estão sendo desenvolvidos na área experimental do IFRS - Campus Sertão, desde o ano de 2013 até o presente ano. Foram utilizadas cinco cultivares de trigo lançadas em diferentes épocas, BRS Louro, BRS Guamirim, BRS Timbaúva, BRS 277 e BRS Parrudo, e dois níveis de adubação. Os dados obtidos foram analisados pelo teste Tukey a 1% de significância.  Foi possível observar que não houve diferença estatística entre os anos de estudo para o caráter afilhamento, diferente das cultivares analisadas que diferiram significativamente, assim como os níveis de adubação. A cultivar 277 foi a que apresentou maior número de afilhos, em função de ser utilizada como duplo propósito, já a cultivar Parrudo, a mais recente lançada dentre as analisadas, obteve o menor afilhamento, em função de ser destinada somente para a produção de grãos, onde o caráter afilhamento pode não ser tão atrativo. A adubação de maior dose influenciou no maior número de afilhos por planta. A interação dos fatores ano x cultivar também foi significativa, sendo que os anos que apresentaram maior perfilhamento, coincidiram com condições climáticas desfavoráveis de germinação, tendo por consequência menor população de plantas, o que favoreceu um maior afilhamento. Com isso percebe-se que o melhoramento genético nos últimos anos não tem investido muito no caráter afilhos, principalmente nas cultivares lançadas mais recentemente e com finalidade apenas de produção de grãos, provavelmente em função de ser preferível aumentar a população inicial de plantas ao invés de investir no afilhamento das mesmas. Pelo que foi observado neste estudo, o aumento do número de afilhos não reflete no aumento do rendimento de grãos.