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Fonologia diacrônica de Bermúdez-Otero (2007) nos fenômenos de vocalização e velarização de /l/ em coda
Natália Pisetta dos Santos, Laura Helena Hahn Nonnenmacher

Última alteração: 03-11-2016

Resumo


A lateral /l/ em posição final de sílaba pode realizar-se como [ɫ] velar ou [w] variante vocalizada (e.g. jornal: jorna[ɫ] ~ jorna[w]). A vocalização de /l/ nessa posição, no português brasileiro (PB), se trata de um fenômeno já estabelecido na fala das grandes cidades brasileiras. Em análise que buscava identificar a existência de transferência de falantes nativos de português como primeira língua (L1) para o inglês como língua estrangeira (LE), foi constatado que a vocalização ocorreu em quase metade dos dados coletados para análise. Esse resultado nos surpreendeu, visto que os falantes apresentaram comportamentos distintos em L1 e em LE. Assim, o presente trabalho pretende analisar os fenômenos de vocalização e velarização de /l/ em posição de coda (final de sílaba) no PB. De acordo com essa teoria, essas regras encontram-se em diferentes estágios de maturação: no inglês o processo da velarização é mais antigo que o da vocalização e, por isso, este é aplicado em domínios gramaticais maiores. O objetivo principal deste trabalho é analisar detalhadamente a proposta do autor e verificar suas implicações para a análise da vocalização (e da velarização) no PB. Busca-se, dessa forma, contribuir com uma metodologia para a testagem da teoria que norteia este estudo. O instrumento a ser elaborado como parte da metodologia fundamenta-se em trabalhos que analisam o julgamento de falantes nativos e deve ser aplicado a informantes da área de Letras e informantes de outras áreas. A pesquisa encontra-se em fase de levantamento teórico e de elaboração do instrumento de coleta de dados. Até o momento, o que podemos apurar é que a velarização é uma regra mais antiga e limitada à palavra, enquanto a vocalização é uma regra mais recente e aplicada na frase. O que ocorre no inglês moderno é a ressilabação de consoantes (e.g. feel it [ ̍fiː.lit].) No entanto, no caso da velarização, a consoante que é ressilabada já sofreu o processo; no caso da vocalização, por outro lado, o processo ainda não aconteceu. Assim, a ressilabação sangra a vocalização, mas não a velarização.

 


Palavras-chave


Vocalização; Velarização; /l/ pós-vocálico

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