Portal de Eventos do IFRS, 5º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICT)

Tamanho da fonte: 
Inibição de germinação de Pinus elliottii através da utilização de planta nativa
Maria Eduarda Santos de Almeida, Flávia Santos Twardowski Pinto

Última alteração: 31-10-2016

Resumo


A contaminação biológica é o processo de introdução e adaptação de espécies exóticas a ecossistemas onde não ocorrem naturalmente, sendo a segunda maior causa de perda da biodiversidade na terra. O gênero Pinus é o mais problemático invasor do globo. O Brasil possui 1,59 milhões de hectares de Pinus plantados com perspectiva de expansão. De fácil dispersão e adaptação, o Pinus compete com espécies nativas, altera a composição físico-química da água, exerce alelopatia e interfere na fertilidade do solo. Assim, o objetivo desse trabalho foi desenvolver um estudo inédito sobre a utilização de uma substância natural, seletiva e não tóxica que iniba a germinação do Pinus elliottii. Como primeira etapa, buscou-se nas bases de dados do Portal Capes as maneiras de controle da dispersão e germinação do Pinus, verificando não que existem métodos baratos, eficazes e de baixo impacto ambiental para essa finalidade. Como segunda etapa, estudou-se o potencial alelopático de plantas nativas brasileiras, como: a aroeira-vermelha, a jabuticabeira e a palmeira juçara, destacando-se a aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius). Em seguida, produziu-se extratos aquosos das plantas através das seguintes operações unitárias: (i) higienização das folhas; (ii) trituração com água destilada e (iii) filtragem. Os extratos de aroeira-vermelha foram selecionados para aplicação nas sementes de Pinus. Foram aplicados 10 ml de extrato nas concentrações de 300, 400 e 500 ppm em 25 sementes de Pinus elliottii sem dormência sobre substrato de papel filtro em placas de Petri. Os experimentos foram realizados em triplicata dentro de câmara incubadora BOD, sendo submetidos a fotoperíodo de 12 horas e temperatura de 25°C pelo período de 14 dias. As sementes tiveram o comprimento da raiz, o tempo médio de germinação e a porcentagem de sementes germinadas avaliados. Todas as concentrações utilizadas interferiram negativamente nos parâmetros avaliados e com 500 ppm foi possível inibir a germinação de Pinus elliottii. Os dados foram submetidos à ANOVA a 95% de confiança que demonstrou diferença significativa entre as concentrações utilizadas. O extrato também foi aplicado nas mesmas concentrações em sementes de cenoura (Daucus carota) e rabanete (Raphanus sativus) sem apresentar interferência na germinação. Dessa forma, atestando ser seletivo. O custo do extrato produzido é R$ 1,80 por litro. Portanto, o extrato aquoso de aroeira-vermelha não só apresenta-se como uma solução inovadora e sustentável para solucionar o grande problema ambiental que é a dispersão de Pinus elliottii, como também uma alternativa de substituição barata dos métodos de controle atualmente aplicados.


Palavras-chave


Aroeira-vermelha; Contaminação Biológica; Pinus elliottii.

Texto completo: PDF