O microscópio óptico tem um papel fundamental na compreensão da organização da estrutura microscópica de células e tecidos e na formação científica durante o ensino fundamental e médio. No entanto, embora seja um recurso rotineiro em laboratórios escolares da maioria dos países cujos níveis de escolaridade superam os do Brasil, é um equipamento ainda raro nas escolas públicas do país. O programa de extensão “Um mundo através das lentes!” desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus Porto Alegre, visa reduzir esta lacuna e aprimorar a educação científica dos estudantes da rede pública proporcionando atividades práticas com microscopia óptica e estereoscópica, que atendem as demandas curriculares das escolas e/ou originam-se de propostas vinculadas aos projetos de pesquisa desenvolvidos na instituição, sendo  realizadas nos seus laboratórios, nos períodos não utilizados para aulas regulares dos cursos técnicos e superiores. Nelas, os alunos de ensino fundamental e médio são familiarizados com o uso dos equipamentos ópticos e visualizam organismos relacionados com os conteúdos abordados na escola, sempre apoiados de um roteiro que permite o registro das impressões vivenciadas e das explicações recebidas. O impacto das propostas didáticas na compreensão dos conteúdos curriculares tem sido avaliado por meio dos registros realizados nos roteiros, pelo questionário de satisfação respondido pelos estudantes e pela avaliação de aprendizado realizada a posteriori pelos professores na escola, quando retomam ou avaliam o conteúdo. Até o momento, “Um mundo através das lentes!” atendeu a seis turmas de ensino fundamental, 7º ano (Tema Seres Vivos: Monera, Protista e Fungi e Reprodução das plantas com flores) e 8º ano (Tema Corpo Humano: Células e tecidos). Verificou-se que com o uso de materiais pedagógicos em laboratório os alunos demonstraram entusiasmo e um visível interesse pelos assuntos trabalhados, interagindo e questionando ativamente a equipe, o que, acredita-se, favorece a compreensão dos conceitos e lhes dá maior significado. A maioria dos alunos avaliou como ¨bom¨ ou “ótimo” sua experiência, mencionando como pontos que mais contribuíram para seu aprendizado, “os materiais utilizados”, “o uso do microscópio óptico”, “a explicação dos professores” e “poder observar os organismos fora dos livros”. Espera-se, com a continuação do programa abranger um número maior de escolas e estudantes, proporcionando vivências e atividades práticas que despertem a curiosidade cientifica do aluno e contribuam para a educação e o aprendizado de forma significativa.