A família Fabaceae, com aproximadamente 18.000 espécies globalmente e cerca de 1.500 no Brasil, é notável por sua diversidade e importância ecológica. No sul do Brasil, especialmente nos biomas Pampa e Mata Atlântica, a presença das fabáceas evidencia sua relevância ecológica e adaptabilidade. Entre as plantas da subfamília Caesalpinioideae, Parkinsonia aculeata L., conhecida como cina-cina, destaca-se por seu valor ornamental, ecológico e econômico. Nativa do Brasil, tem ampla distribuição geográfica, incluindo o sudoeste do Rio Grande do Sul e o sertão nordestino. P. aculeata é adaptada a ambientes alagáveis e solos pobres, desempenhando um papel crucial na fixação de nitrogênio e contribuindo para a biodiversidade local. Além de sua importância ecológica, P. aculeata possui um significativo potencial farmacológico, evidenciado por suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antimicrobianas e cicatrizantes, atribuídas a compostos fenólicos e flavonoides. A planta é também utilizada na medicina tradicional para o tratamento de várias condições, demonstrando seu valor cultural e etnobotânico. No presente resumo, apresentamos um segmento do referencial teórico sobre a espécie, como parte de um projeto que visa investigar a estrutura histológica de suas folhas, verificando evidências dos sítios de produção dos metabólitos com o uso de testes histoquímicos. Recentemente, estudos têm explorado o potencial de P. aculeata na contracepção masculina. A contracepção masculina é uma área de grande interesse, dada a necessidade de opções adicionais além dos métodos tradicionais como preservativos e vasectomia. Pesquisas indicam que extratos de P. aculeata podem afetar a espermatogênese e a qualidade do sêmen, apresentando-se como uma alternativa promissora para o planejamento familiar. A ação contraceptiva é atribuída à presença de flavonoides e outros compostos bioativos que podem alterar a produção de esperma e a função hormonal, oferecendo uma abordagem potencialmente eficaz e menos invasiva. Além disso, o extrato da planta tem mostrado eficácia na redução de marcadores inflamatórios em modelos de obesidade induzida, sugerindo novas possibilidades terapêuticas para condições relacionadas ao metabolismo e inflamação. O uso sustentável de P. aculeata pode proporcionar benefícios econômicos para comunidades locais e promover a conservação da biodiversidade. Esta revisão aborda a importância da família Fabaceae, destacando as características botânicas e ecológicas de Parkinsonia aculeata L., seu potencial farmacológico, incluindo suas propriedades contraceptivas, e sua relevância para a conservação e o desenvolvimento de novos fármacos e produtos naturais.