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Educação Ambiental: uma nova abordagem para conscientização, inclusão e ação comunitária no enfrentamento de desastres climáticos.
Última alteração: 23-09-2024
Resumo
O projeto "Educação Ambiental Popular no Enfrentamento à Situação de Calamidade no RS" tem como objetivo promover atividades de educação ambiental popular em escolas públicas de educação básica que atendam estudantes afetados pelos desastres climáticos recentes. Vem sendo desenvolvido com a participação de estudantes bolsistas e voluntários dos cursos de Técnico em Meio Ambiente, Tecnólogo em Gestão Ambiental e Licenciatura em Ciências da Natureza do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Porto Alegre, com orientação do Professor Cassiano Pamplona Lisboa. A concepção de educação ambiental popular, adotada pelo projeto, assume a educação como prática política e social que forma cidadãos críticos, indo além da simples transmissão de conhecimento, e que cria espaços para o diálogo, a escuta e a construção coletiva de memórias e saberes. As atividades educativas a serem desenvolvidas visam promover a conscientização sobre as complexas relações entre sociedade e natureza, bem como capacitar as comunidades para lidar com os impactos climáticos. Este trabalho, portanto, tem como objetivo apresentar as atividades que estão sendo desenvolvidas, no âmbito do projeto de extensão, na Escola Estadual Camila Furtado Alves, localizada na Rua Almirante Barroso, n° 79, Bairro Floresta em Porto Alegre. Diretamente atingida pela inundação que ocorreu durante o mês de maio no Rio Grande do Sul, a escola atende em turno integral as crianças e os jovens do Loteamento Santa Terezinha (Vila dos Papeleiros) e de outras regiões próximas, incluindo PCDs e estrangeiros. A principal fonte de renda das famílias advém da catação e comercialização de materiais recicláveis. A escola conta com espaços amplos que necessitam de revitalização por meio do plantio de árvores frutíferas e nativas, para melhor acolher os alunos em estações mais quentes. O processo de diagnóstico e desenvolvimento das ações de EA será colaborativo, envolvendo tanto os estudantes quanto a comunidade escolar, e contará com uma avaliação contínua baseada nos impactos sociais e educacionais observados. Um dos objetivos do projeto é superar algumas limitações da educação ambiental, que muitas vezes é desconectada das realidades locais e voltada apenas para questões de conservação de recursos naturais, sem abordar outras dimensões como as econômicas, sociais e culturais. A proposta é integrar saberes científicos e populares, promovendo uma abordagem interdisciplinar que una teoria e prática e apresente aos bolsistas e voluntários um possível campo de atuação profissional. Ademais, busca-se transformar também a comunidade onde as ações estão sendo desenvolvidas através do auxílio na reconstrução das identidades e na ressignificação das experiências vividas, promovendo uma reflexão crítica sobre o papel de cada um na sociedade e na melhoria do meio ambiente.
Palavras-chave
Educação Ambiental; Crise Climática; Ação Coletiva.