Portal de Eventos do IFRS, 24ª MOSTRA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO DO CAMPUS PORTO ALEGRE

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Caracterização da macrofauna bentônica no Arroio Dilúvio, Porto Alegre, RS, estação de outono
Fernanda de Souza Amaral, Liliana Poersch Staudt, Simone Caterina Kapusta, Luiz Felipe Velho, Magali da Silva Rodrigues, Sabrina Letícia Couto da Silva

Última alteração: 24-09-2024

Resumo


A macrofauna bentônica tem sido utilizada como bioindicadora da qualidade de ambientes aquáticos, devido, principalmente, à estreita associação dos organismos com o substrato, à mobilidade restrita, à presença de organismos com diferentes graus de sensibilidade, entre outros fatores. A estrutura da comunidade biológica reflete o que está acontecendo no ambiente, e seu estudo pode ser utilizado para avaliação dos efeitos da atividade humana sobre os ambientes aquáticos. O Arroio Dilúvio, localizado em Porto Alegre, um dos principais arroios do município, recebe significativas contribuições ao longo do seu percurso, principalmente de carga orgânica, sendo foco do projeto “Arroios urbanos: avaliação da qualidade ambiental através da utilização de indicadores, bioindicadores e índices”. O presente trabalho, desenvolvido junto ao projeto, tem o objetivo de caracterizar a comunidade da macrofauna bentônica em um arroio urbano com elevada carga orgânica, na estação de outono. No Arroio Dilúvio, foram selecionados três pontos amostrais, localizados em seu trecho retificado, contemplando os trechos médio (D2 e D6) e inferior (39). Em cada ponto amostral, no outono de 2022, foram coletadas amostras de água para a análise de parâmetros físicos, químicos e microbiológicos. Para a análise da macrofauna, em cada ponto, foram obtidas 5 réplicas de sedimento, com o auxílio de uma Draga de Petersen modificada, sendo as amostras fixadas em campo com formol 4%. Em laboratório, as amostras foram lavadas em uma malha de 0,250 mm de abertura. Posteriormente, o sobrenadante da amostra, foi novamente passado pela peneira e o material retido foi analisado sob estereomicroscópio. Os organismos foram separados, contados e identificados em grandes grupos. A maior riqueza de táxons foi registrada no ponto D6 (7), seguido pelo ponto D2 (6) e ponto 39 (3). A maior densidade média de organismos foi registrada no ponto D2 (9182,6 ind/m2, seguida por D6 (5060,9 ind/m2) e ponto 39 (17,4 ind/m2). Chironomidae correspondeu a 51,5% do total de organismos coletados, seguido por Oligochaeta (27%), Hirudinea (19,6%), Pupa (1,3 %) e outros (0,7%). Chironomidae, Oligochaeta, Hirudinea e Pupa foram registrados nos pontos D2 e D6. Tardigrada foi observado somente no ponto D2, enquanto que Physidae e Planorbidae foram registrados somente no ponto D6. No ponto 39, a menor densidade média e a menor riqueza de táxons, com a presença dos grupos Oligochaeta, Psychodidae e Collembola, pode ter sido influenciada pela elevada carga orgânica presente, com o menor valor de oxigênio dissolvido (2,6mg/L) e os valores mais elevados de DBO, DQO, condutividade, nitrogênio total, fósforo e Escherichia coli, quando comparado com os demais pontos amostrais.

Palavras-chave. macroinvertebrados; bioindicadores; qualidade ambiental.

Apoio financeiro: Fomento externo por intermédio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)


Palavras-chave


macroinvertebrados; bioindicadores; qualidade ambiental