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Avaliação da meiofauna bentônica em arroio urbano, estação de inverno
Última alteração: 23-09-2024
Resumo
Os ambientes aquáticos urbanos têm sofrido diversas alterações significativas que influenciam em sua qualidade, tais como a ocupação de suas margens, a impermeabilização do solo, o lançamento de esgoto sem tratamento, entre outras. Nesse sentido, o monitoramento ambiental dos parâmetros físicos, químicos e biológicos, é imprescindível para acompanhar a qualidade do corpo hídrico. A estrutura da comunidade biológica reflete o que está acontecendo no ambiente, e seu estudo pode ser utilizado para a avaliação dos efeitos da atividade humana sobre os ambientes aquáticos. A meiofauna bentônica vem sendo utilizada como bioindicadora, especialmente nematódeos, em razão da grande dominância com que ocorrem em ambientes aquáticos, de sua ampla distribuição, da elevada diversidade taxonômica, e da sensibilidade a diversos poluentes e alterações ambientais. Salienta-se, no Brasil, a carência de estudos da meiofauna, especialmente de Nematoda de água doce em ambientes lóticos. O Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, é um arroio urbano afetado pelas mais diferentes alterações antrópicas, e é objeto de estudo deste trabalho. Neste sentido, o objetivo do presente trabalho foi o de caracterizar a meiofauna bentônica em um arroio urbano com elevada carga orgânica, na estação de inverno. Em cada ponto amostral (D2, D6 e 39), localizados no trecho retificado do Arroio Dilúvio, foram obtidas cinco amostras de sedimento, com o auxílio de uma Draga de Petersen modificada. As amostras de meiofauna foram obtidas com uma seringa de 2,7 cm de diâmetro, enterrado até a profundidade de 5 cm no interior do sedimento coletado pela draga, sendo o material acondicionado em sacos plásticos e fixado com formol 4%. Em laboratório, as amostras para a análise de meiofauna foram separadas por meio de elutriação manual, sendo o sobrenadante vertido em peneiras com dois tamanhos de malha, 0,500mm e 0,062 mm de abertura, O material retido na peneira de menor abertura, foi colocado em uma placa de Dolffus e analisado sob estereomicroscópio. Para a avaliação da comunidade de meiofauna foram considerados os dados de riqueza de táxons, densidade média, diversidade de Shannon-Wiener e equitatividade de Pielou. Na estação de inverno, foram encontrados Nematoda e Copepoda, pertencentes à meiofauna permanente, Chironomidae, Oligochaeta, Hirudinea, Psychodidae e Collembola, pertencentes à meiofauna temporária. No ponto D6 foram registradas as densidades médias mais elevadas, seguido pelo ponto 39 e ponto D2. Em relação a abundância relativa (%), nas estações D2 e D6, verificou-se um maior percentual de meiofauna temporária, enquanto que na estação 39 o maior percentual foi o de meiofauna permanente. Provavelmente a menor densidade, diversidade e riqueza de táxons registrada no ponto D2, localizado mais a montante dos demais pontos, foi influenciada pelas atividades de movimentação de terra no entorno do local, em período anterior à amostragem.
Palavras-chave
bioindicadores; meiofauna; organismos bentônicos