Portal de Eventos do IFRS, 24ª MOSTRA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO DO CAMPUS PORTO ALEGRE

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Avaliação da meiofauna bentônica em arroio urbano, estação de inverno
Liliana Poersch Staudt, Fernanda de Souza Amaral, Simone Caterina Kapusta, Luiz Felipe Velho, Magali da Silva Rodrigues, Sabrina Letícia Couto da Silva

Última alteração: 23-09-2024

Resumo


Os ambientes aquáticos urbanos têm sofrido diversas alterações significativas que influenciam em sua qualidade, tais como a ocupação de suas margens, a impermeabilização do solo, o lançamento de esgoto sem tratamento, entre outras. Nesse sentido, o monitoramento ambiental dos parâmetros físicos, químicos e biológicos, é imprescindível para acompanhar a qualidade do corpo hídrico. A estrutura da comunidade biológica reflete o que está acontecendo no ambiente, e seu estudo pode ser utilizado para a avaliação dos efeitos da atividade humana sobre os ambientes aquáticos. A meiofauna bentônica vem sendo utilizada como bioindicadora, especialmente nematódeos, em razão da grande dominância com que ocorrem em ambientes aquáticos, de sua ampla distribuição, da elevada diversidade taxonômica, e da sensibilidade a diversos poluentes e alterações ambientais. Salienta-se, no Brasil, a carência de estudos da meiofauna, especialmente de Nematoda de água doce em ambientes lóticos. O Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, é um arroio urbano afetado pelas mais diferentes alterações antrópicas, e é objeto de estudo deste trabalho. Neste sentido, o objetivo do presente trabalho foi o de caracterizar a meiofauna bentônica em um arroio urbano com elevada carga orgânica, na estação de inverno. Em cada ponto amostral (D2, D6 e 39), localizados no trecho retificado do Arroio Dilúvio, foram obtidas cinco amostras de sedimento, com o auxílio de uma Draga de Petersen modificada. As amostras de meiofauna foram obtidas com uma seringa de 2,7 cm de diâmetro, enterrado até a profundidade de 5 cm no interior do sedimento coletado pela draga, sendo o material acondicionado em sacos plásticos e fixado com formol 4%. Em laboratório, as amostras para a análise de meiofauna foram separadas por meio de elutriação manual, sendo o sobrenadante vertido em peneiras com dois tamanhos de malha, 0,500mm e 0,062 mm de abertura, O material retido na peneira de menor abertura, foi colocado em uma placa de Dolffus e analisado sob estereomicroscópio. Para a avaliação da comunidade de meiofauna foram considerados os dados de riqueza de táxons, densidade média, diversidade de Shannon-Wiener e equitatividade de Pielou. Na estação de inverno, foram encontrados Nematoda e Copepoda, pertencentes à meiofauna permanente, Chironomidae, Oligochaeta, Hirudinea, Psychodidae e Collembola, pertencentes à meiofauna temporária. No ponto D6 foram registradas as densidades médias mais elevadas, seguido pelo ponto 39 e ponto D2. Em relação a abundância relativa (%), nas estações D2 e D6, verificou-se um maior percentual de meiofauna temporária, enquanto que na estação 39 o maior percentual foi o de meiofauna permanente. Provavelmente a menor densidade, diversidade e riqueza de táxons registrada no ponto D2, localizado mais a montante dos demais pontos, foi influenciada pelas atividades de movimentação de terra no entorno do local, em período anterior à amostragem.

Palavras-chave


bioindicadores; meiofauna; organismos bentônicos