Última alteração: 17-10-2019
Resumo
O Parque Natural Morro do Osso (PNMO) é uma Unidade de Conservação localizada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e totaliza uma área de 127 hectares. O Parque possui um programa de interpretação ambiental oferecido em duas trilhas, com acompanhamento de condutor, sendo que anualmente 1500 pessoas realizam a atividade, o que é pouco, considerando sua beleza cênica e importância ambiental. Este número de visitantes deve-se à limitada divulgação do local e ao pequeno número de condutores, atualmente constituído pelos próprios guarda parques. Uma mudança desse panorama, entretanto, pode trazer impactos negativos ao ambiente. Assim, o monitoramento desses impactos pode ser uma ferramenta importante para os gestores do Parque poderem planejar e tomar decisões de manejo preventivas e/ou corretivas. Em 2016 foi realizado um estudo que selecionou e avaliou a efetividade de uso de indicadores de impacto para estas trilhas, concluindo que na ocasião nenhum dos indicadores apresentou correlação entre a quantidade de visitantes e os impactos observados. Como forma de fornecer subsídios para a proposição de um plano de monitoramento e gestão do impacto nas trilhas do PNMO, a continuidade do estudo foi proposta como atividade de ensino em um componente curricular do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, no primeiro semestre de 2019. O presente trabalho teve o objetivo de apresentar e analisar os resultados obtidos no monitoramento de 2019, comparando-os com com os dados de 2016, através do teste T de Student. De acordo com a análise dos dados, observou-se que não houve alterações significativas na maioria dos indicadores avaliados. Em valores absolutos, entretanto, houve redução nos resultados obtidos para os indicadores largura do leito da trilha e a erosão aparente em ambas as trilhas. Este padrão pode resultar de diversos fatores: o manejo realizado na trilha; o processo de sucessão ecológica que ocorre no Parque, transformando a área de campo em mata e aumentando a cobertura vegetal; e a intensidade das chuvas na estação, que pode ter sido menor de um ano para outro. Desta forma, os resultados confirmam que não houve o aumento dos impactos, o que é coerente com o número de visitantes, que também não sofreu alteração ao longo do período. Os indicadores utilizados mostraram-se adequados para este tipo de monitoramento e recomenda-se que os mesmos continuem sendo utilizados.