Portal de Eventos do IFRS, 19ª Mostra de Ensino, Pesquisa e Extensão IFRS Campus Porto Alegre

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Financeirização e desastres ambientais
Gabriel Martins Stefani, Marcelo Mallet Siqueira Campos

Última alteração: 25-09-2018

Resumo


De todos os modos de produção concebidos pela Humanidade, o Capitalismo, sem dúvidas, mostrou-se como o mais dinâmico. Desde sua gênese, foram várias as configurações que assumiu e, até agora, foi capaz de emergir reinventado de todas as crises que o afligiram. Seguindo esta lógica, desde a década de 70, a Financeirização (fenômeno que marca a transição para um nome regime de acumulação do capital, onde as instituições, mercados e agentes financeiros aumentam sua proporção e influência sobre a sociedade) vêm pondo em curso um conjunto de alterações na economia capitalista que afeta, consequentemente, toda a realidade social. Ao mesmo tempo, a “questão ambiental” vêm se tornando cada vez mais evidente, através de grandes desastres ambientais e das já inquestionáveis mudanças climáticas. Este projeto busca analisar dois dos mais graves desastres ambientais recentes (o rompimento da barragem da Samarco em Mariana e o vazamento da usina da Tepco em Fukishima-Daishi) articulados à sua totalidade social, e não como meras fatalidades técnicas ou naturais. Para isso, esses fenômenos serão considerados, principalmente, em suas dimensões econômicas, políticas e sociais. O projeto está dividido em duas etapas. A primeira consiste na revisão teórica da Financeirização e da Economia do Meio Ambiente, à fim de fornecer o ferramental teórico necessário à uma análise mais ampla dos desastres ambientais propostos. A segunda consiste na utilização destes subsídios teóricos em análises lógicoas dedutivas e históricas do rompimento da barragem em Mariana e do vazamento da usina em Fukushima-Daishi. Serão consultados, também, documentos públicos das empresas em questão. O projeto encontra-se na primeira etapa, ou seja, a equipe está se apropriando dos conceitos e teorias adequados à análise que se propõe. No entanto, alguns pressupostos já foram estabelecidos, sendo o principal o de que os fenômenos analisados, antes de meras fatalidades, são consequência lógica do processo de acumulação do capital em seu regime atual. Isso ocorre, principalmente, em decorrência das práticas sociais estimuladas pela lógica econômica vigente. Essa lógica estabelece como função primordial, em detrimento de responsabilidades sociais, a maximização de lucros, à fim de garantir a rentabilidade das empresas à seus acionistas, incentivando as mesmas à assumir e negligenciar riscos e cada vez mais aumentar cortes de custos.


 


Palavras-chave


Financeirização, Desastres ambientais