A ideia de uma nova declaração de direitos surgiu no final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) reforçada em 1948, na III Assembleia Geral das Nações Unidas que aprovou o documento intitulado “Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Ao proclamar os direitos fundamentais, a ONU tornou evidente não se tratar de concessão ou reconhecimento, esclarecendo que a existência de tais direitos independe de qualquer vontade ou formalidade, uma vez que eles são inerentes à pessoa humana, nenhum indivíduo, entidade, ou governo tem legitimidade para retirá-los ou restringi-los. Afinal, todas as pessoas possuem seus direitos, mas com a etnia negra nem sempre foi assim. Muitos, de seus direitos, foram conquistados com muitas lutas que atravessaram gerações. Muitas pessoas contribuíram para as conquistas dos direitos alcançados atualmente, entre eles: Zumbi dos Palmares, Marte Luther King, Malala, Mandela, entre outros, estando escritos e anexados nas declarações dos direitos humanos. Os direitos humanos são universais, isso quer dizer, que valem para todos, cabe-nos então, buscar respostas do porque os direitos estão, cada vez mais, sendo tirados de algumas classes e etnias, de forma implícita, sem nos darmos conta. Um exemplo conhecido de todos é o comportamento de uma parcela significativa da nossa mídia que explora a violência contra os negros no Brasil de maneira a naturalizar o genocídio da população negra. E para usufruirmos algum direito devemos estar sempre lutando para conquistá-lo, assim como está ocorrendo com o racismo, onde as discriminações de classe e de cor predominam? Sabemos que os negros antes de serem trazidos da África para o Brasil, possuíam seus direitos, a identidade e a liberdade, que lhes foram tirados, sendo apenas uma propriedade de um dono. Dessa forma, cabe-nos perguntar: como esses fatos aconteceram? Naquela época não existia luta por direitos? Esses somente cabiam às elites, permitindo que os coronéis dessem seu sobrenome aos negros, e com isso retirassem a identidade africana do Brasil? E os escravos, deveriam realmente manter-se calados e aceitar que outra cultura que lhe fosse imposta? Para compreender melhor todo esse processo de discriminação e preconceito foi necessário muita leitura e entendimento da história da evolução dos direitos conquistados pelos negros. Atualmente existem leis que regem esses direitos, mas não existe a possibilidade de reaver a identidade, pois muito se perdeu com a transição do negro da África para o Brasil. Uma nova identidade surgiu junto com a formação do povo brasileiro, e é essa identidade que traz orgulho para o povo negro que vive hoje nesse país. Esse processo de reconstrução da identidade da população afrodescendente, reconhecendo suas heranças africanas de um modo mais visível, aceitando sua cultura, cabe a todos que buscam um país mais justo, humano e igualitário.