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Estabelecimento inicial da cultura do trigo submetido a herbicidas para manejo de azevém (Lolium multiflorum)
Mathias Foletto, Vinicius Neitzke Pagliarini, Tiago Ronaldi Giongo, Igor Gabriel Bohrz, Rodrigo Luiz Ludwig

Última alteração: 27-09-2023

Resumo


O azevém (Lolium multiflorum) é uma das principais plantas daninhas que gera prejuízos imensuráveis nas culturas de trigo (Triticum aestivum L.) devido a matocompetição, onde as duas culturas disputam por espaço, água, luz e nutrientes. As consequências causadas pelo azevém afetam negativamente o trigo tanto no seu crescimento e como no seu rendimento de grãos. O objetivo do presente estudo busca por meio de ferramentas de controle químico avaliar qual herbicida, seja ele em pré-emergência e/ou pós-emergência da cultura do trigo, destaca-se no maior controle efetivo do azevém, sem afetar o estabelecimento da cultura do trigo, bem como seus componentes da produtividade. Para isso, está sendo conduzido um experimento no município de Ibirubá-RS, em delineamento de blocos casualisados, com quatro repetições, em esquema bifatorial (4x4), sendo quatro manejos pré-emergentes (1- Sem herbicida; 2-Trifluralina; 3- S-metolacloro; 4- Piroxasulfona) e quatro manejos pós-emergentes (1- Sem herbicida; 2- Pinoxaden; 3 – Piroxulam; 4- Clodinafope-propargil). A semeadura ocorreu no dia 19 de junho de 2023 com a cultivar Tbio Audaz, com 350 sementes.m-2 e no dia seguinte foi realizado a aplicação dos herbicidas pré-emergentes. Para verificar o efeito dos herbicidas no estabelecimento inicial da cultura, realizou-se a avaliação de emergência de plantas, pela contagem de plantas emergidas por m2, e também a taxa de cobertura do solo, em percentagem, utilizando o aplicativo Canopeo, ambas aos 17 dias após a semeadura. Os dados foram submetidos ao teste de Skott-Knott pelo software Sisvar. Observou-se que os tratamentos com uso dos pré-emergentes Piroxasulfona e S-metolacloro foram as que menos apresentaram plantas emergidas, com uma redução significativa de 34 % e 16 %, respectivamente. Essa redução pode ser associada a presença de chuvas após a aplicação dos herbicidas, com volume de 58,8 mm (entre a semeadura e a data da avaliação), podendo ter ocasionado uma maior movimentação desses herbicidas até a região das sementes de trigo. Para a taxa de cobertura do solo, observou-se que ambos herbicidas testados apresentaram menores taxas em relação a testemunha, por motivos de controle das plantas invasoras e retardar o arranque inicial do trigo, com destaque para a Piroxasulfona, que além de reduzir drasticamente a emergência, retardou o crescimento inicial das plantas de trigo. Com esse trabalho foi possível concluir que os herbicidas pré-emergentes, apesar de boas ferramentas para manejo de plantas daninhas, podem causar fitotoxidez a cultura do trigo, reduzindo o estabelecimento inicial, principalmente quando ocorrem maiores volumes pluviométricos após sua aplicação.


Palavras-chave


Agricultura, Triticum aestivum, Pré-emergente; Fitotoxidez.