O ser humano busca incansavelmente propósitos de vida, e sem dúvida, o trabalho é um deles. Esta importante dimensão, através da busca por uma profissão nos faz partir do pressuposto de cada cidadão tem o direito de trabalhar, ter uma vida autônoma e assim realizar-se como pessoa. Não poderia ser diferente com as pessoas que apresentam necessidades específicas, sejam elas momentâneas ou permanentes. Com a possibilidade de ingressarem na educação profissional técnica de nível médio, buscam não apenas uma profissão, mas também uma oportunidade de ver o mundo de uma forma diferente, através de sua própria interpretação e superação. No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, temos refletido as questões referentes a inserção de pessoas com deficiência no mundo do trabalho. A política de ações afirmativas foi instituída no IFRS conforme a Resolução nº 022, de 25 de fevereiro de 2014, associada a essa política, foram criados os núcleos de ações afirmativas, dentre eles, o NAPNE – Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas, com a finalidade de incentivar, mediar e facilitar as ações inclusivas em todos os campi do instituto. Através de representantes de alguns destes Núcleos, de diferentes campi, foi criado o Grupo de Trabalho Currículo Inclusivo, que tem como objetivo discutir, acompanhar, orientar e assessorar a instituição nas temáticas relacionadas ao Currículo Inclusivo, sendo assessorado por um membro da comunidade externa, profissional de referência na educação inclusiva. O grande desafio para este Grupo de Trabalho é produzir o documento orientador que vai nortear as estratégias de acesso ao currículo e aos elementos do currículo, bem como normatizar a certificação dos estudantes com necessidades educacionais específicas, já que no âmbito da educação profissional técnica de nível médio, não há legislação específica quanto a esta certificação. Até o momento foi construído e disponibilizado a todos os professores, através dos NAPNES em cada campus do IFRS, o formulário de adequação curricular, que é um dos instrumentos que compõe o documento orientador. Neste instrumento, são consideradas matrizes orientadoras para as possíveis adaptações curriculares. Também foi encaminhado junto a Procuradoria Jurídica do IFRS, documento de consulta quanto a possibilidade de certificação diferenciada para estudantes com deficiência. As adequações curriculares fortalecem as práticas de ações afirmativas, buscando consolidar a construção de uma instituição inclusiva, que tem como proposta pedagógica a formação para o mundo do trabalho, considerando o trabalho como princípio educativo e como direito de todas as pessoas.