A problemática da integração de conhecimentos no Ensino Médio Integrado (EMI) nos Institutos Federais é um desafio constante, principalmente na busca de um ensino mais dinâmico e interdisciplinar. Assim, este estudo buscou identificar os conteúdos da Educação Física (EF) com potencial para integração com as temáticas dos outros componentes curriculares. A pesquisa, qualitativa, descritiva e documental, teve como finalidade analisar os relatórios de avaliação, produzido pelos estudantes do segundo ano do curso de EMI em Mecatrônica, no ano de 2023. Foram abordados diversos esportes, como os de rede divisória, destacando o badminton, que demonstrou conexões com a Geografia, ao discutir a globalização e o capitalismo, e com a Sociologia, ao abordar desigualdades sociais, de classe e gênero. Esportes adaptados, como o voleibol sentado e o goalball, também se conectaram com a Sociologia, discutindo acessibilidade e desigualdade social, promovendo reflexões sobre a importância de uma sociedade inclusiva. No campo da ginástica e saúde, observou-se uma forte relação com a Biologia, ao abordar a citologia, os processos de divisão celular e metabolismo, fundamentais para o desenvolvimento muscular e a promoção da saúde física. Esses temas explicaram os processos biológicos da prática esportiva. A ginástica artística, outra modalidade analisada, apresentou vínculos com a Física e a Matemática. Conceitos como velocidade, aceleração, trajetória e ciclo trigonométrico foram utilizados para interpretar os movimentos dos estudantes, exemplificando a integração entre essas áreas. As práticas corporais de aventura, como slackline, trekking e skate, mostraram-se integradas aos estudos de Geografia e Biologia, considerando o relevo, as condições climáticas e os ecossistemas, em atividades práticas. Além disso, temas como padrões de beleza, mídia, alimentação e saúde foram discutidos em EF, com fortes ligações com a Filosofia e Sociologia. A análise incluiu reflexões baseadas em autores como Karl Marx, abordando o impacto do capitalismo, desigualdades sociais e a luta de classes. A influência da mídia sobre a saúde física e mental também foi abordada, especialmente no que diz respeito à imagem corporal e aos padrões estéticos. Com base nessa análise, conclui-se que há diversos conteúdos de diferentes componentes curriculares com potencial de serem ensinados de maneira integrada, cabendo aos professores identificar essas oportunidades para o planejamento de trabalhos pedagógicos coletivos e mais dinâmicos. Dessa maneira, pode-se proporcionar uma aprendizagem mais integrada e global, que é uma premissa do EMI, favorecendo uma formação mais crítica e reflexiva, fornecendo aos estudantes uma visão mais ampla e conectada do mundo ao seu redor.