Este trabalho é oriundo de um projeto de extensão fomentado pelas Ações Afirmativas da Reitoria, e está sendo realizado de maio a novembro de 2018. As ações visam inserir os imigrantes, especialmente haitianos e africanos que residem no município de Erechim, por intermédio da educação, já que nos seus países, carecem de ofertas de saúde e de qualidade de vida. Preocupados com a situação atual destes estrangeiros – uma vez que levantamentos informais apontam que cerca de 60% destes estão sem trabalho formal, o projeto objetivou identificar o perfil dos estrangeiros na região de Erechim, capacitá-los em aspectos básicos de língua portuguesa, proporcionar momentos de trocas culturais com a comunidade acadêmica do IFRS, ofertar conhecimentos profissionais, visando futuras ofertas do mercado local e fortalecer a imagem do IFRS como uma entidade tecnológica, voltada também para assuntos sociais. Para alcançar tais objetivos, apresentou-se aos estrangeiros as ações que seriam disponibilizadas na sequência por intermédio de uma reunião, onde fizeram-se presentes oito entidades parceiras, sendo elas de caráter educacional, filantrópico e político, estudantes e servidores do Campus Erechim do IFRS, a fim de construir um intercâmbio sociocultural. A primeira ação, realizou-se nas sextas-feiras à noite do mês de julho, sendo ela, um curso básico de informática lecionada pelo bolsista do projeto, que contou com a participação de 31 estrangeiros. Concomitantementedisponibilizou-se auxílio a língua portuguesa e atividades lúdicas para as crianças dosestrangeiros. Pode-se enfatizar o problema de comunicação como maior ponto de dificuldade, afim de corrigir tal situação, iniciou-se no mês de setembro aulas de francês ministradas porhaitianos aos sábados de manhã, nas locações do Campus Erechim do IFRS para discentes,servidores e público externo, com a apostila produzida pelo projeto. Também será desenvolvido ocurso de costura básica, que iniciará na primeira semana de outubro e contará com a participaçãode 16 estrangeiros visando atender ofertas de emprego da região. Portanto, reporta-se umarealidade muitas vezes esquecida pelo descaso social, e possibilita-se uma reflexão respeitosa eética, ao permitir socializar as histórias relatadas pelos estrangeiros. Infelizmente ainda nota-sepresente nas narrativas um racismo velado com tons de ironias e “brincadeiras”, tais comentáriosmisóginos revelam que a xenofobia e o racismo ainda não foram vencidos. Entretanto, tais açõesabrem novos caminhos para os estrangeiros que futuramente aqui viverão.l