Portal de Eventos do IFRS, 5º Jepex 2016

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Gênero no IFRS - Campus Erechim: submissão versus resistência
Rosário Pedrozo, Camila Dias

Última alteração: 16-10-2017

Resumo


O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise das respostas fornecidas pelas
estudantes do sexo feminino do Instituto Federal - Campus Erechim, no sub item “Escolha
profissional e mundo do trabalho” que está inserido no Questionário de Pesquisa: “Um
estudo sobre as relações de gênero e educação profissional no IFRS - Campus Erechim”.
Ao total foram respondidos 214 questionários. Para a análise dos dados fez-se uso das
teorias de Pierre Bourdieu (1989), para quem a relação masculino/feminino é construída a
partir de uma relação hierárquica e conservadora que se repete na sociedade
ininterruptamente com sutis alterações, e de profunda reafirmação nos ambientes sociais.
Bourdieu conceitua o termo Habitus para definir uma espécie de interiorização dos sentidos
e das estruturas estruturantes sociais, como forma de conceito tácito de operacionalização
das estruturas dentro do indivíduo sem que este necessariamente o perceba. Porém,
certamente ele será reproduzido ao longo de sua existência, como uma espécie de senso
comum, no qual, por exemplo, a mulher exerce naturalmente o papel de dominada. Dessa
forma, segundo o autor, as mulheres aceitam inconscientemente a condição de manter as
relações sociais da família, o cuidado, o sentimental que vem dessa espécie de violência
simbólica. Destarte, tal violência enfatiza que a dominação masculina sobre a mulher é
imposta por meio de uma série de dispositivos tendentes a garantir que as mulheres
consintam nas representações dominantes da diferença entre os sexos, e assim contribuam
para a própria submissão. Analisando as respostas preenchidas no questionário citado é
possível perceber indícios dessas estruturas, como por exemplo, aproximadamente 25% do
total de respondentes acredita que “mulheres têm naturalmente mais aptidão que os
homens no cuidado da casa e dos filhos”, ou seja, é o habitus (pré – reflexivo) falando.
Apenas porque a forma de criação entre o masculino e o feminino é diferente não significa
que não precise ser confrontada, repensada, ou reestruturada. Assim, deve-se pensar o
sujeito, não como um mero receptor passivo, mas como um produtor ativo de conhecimento.
Dessa forma, esta análise pretende problematizar essa relação destoante entre os gêneros
para promover dentro da instituição ações de equidade e de valorização das pessoas.

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