Última alteração: 26-09-2017
Resumo
O araçá é da família Myrtaceae, espécie Psidium cattleianum Sabine, uma árvore nativa da Região Sul do Brasil e considerada excelente para a composição e enriquecimento de agroflorestas, com múltiplos usos e muito apreciada pela avifauna. As plantas da família Myrtaceae são pouco exploradas, apesar de ser uma das famílias botânicas que apresentam maior quantidade de compostos voláteis. As árvores apresentam folhas simples, de coloração sempre verde e providas de glândulas produtoras de óleos essenciais. Estes óleos apresentam um amplo espectro de efeitos biológicos, como atividade antineoplásica, antimalárica, antiinflamatória, antiviral e microbicida, atribuídos aos sesquiterpenos e aos monoterpenos. Contudo, pesquisas envolvendo a quantificação do óleo eu rendimento da extração, em escalas maiores do que as laboratoriais são escassas. Assim, justifica-se a realização deste estudo, que objetiva a quantificação do teor de óleos essencial nas folhas de araçá e do rendimento da extração, em escala piloto. O teor total de óleo essencial nas folhas foi determinado utilizando-se o aparelho Clevenger conforme metodologia descrita na 5ª Edição da Farmacopeia Brasileira, obtendo-se 0,89±0,21 mL de óleo/100 g de folhas secas. Para a extração do óleo essencial das folhas em escala piloto foram realizados experimentos com 10 cm de altura de leito e tempo de extração de uma hora. A umidade das folhas de araçá foi determinada para cada batelada de extração. O extrator, construído em aço inox AISI 304, com capacidade para um quilograma de folha foi utilizado para extrair o óleo essencial, em vinte e oito bateladas, totalizando uma massa de folhas de aproximadamente 4,7 kg, em base seca. O óleo essencial e a água provenientes da destilação foram coletados no separador de óleos essenciais e depois transferidos para funis de separação de 250 mL. A separação do óleo da água foi realizada com a adição de xileno. O teor total de óleo obtido foi 5,266 g, para as 28 bateladas. Assim, a quantidade de óleo essencial extraída em escala piloto foi 0,11 g óleo essencial/100 g de matéria seca. O rendimento da operação de extração foi 0,0024%. Esses valores estão bem abaixo dos encontrados em trabalhos anteriores e podem ser decorrentes da idade mais avançada da folha e da alta volatilidade do óleo, que ficou decantando no separador de óleo sem hermeticidade. Nesse sentido, novos experimentos serão realizados, com folhas novas, para verificar se o rendimento da extração atingirá níveis mais altos, que viabilizem a produção industrial.