Última alteração: 24-10-2023
Resumo
Nos últimos anos, a partir das transformações tecnológicas e organizacionais com suas exigências de novas competências técnicas-comportamentais, o processo de saúde-doença em especial a saúde mental se tornou uma área de estudo cada vez mais importante, dada a crescente prevalência de transtornos mentais e o reconhecimento de seu impacto nos indivíduos e mesmo na sociedade como um todo. O capitalismo, como sistema econômico dominante em muitas partes do mundo, tem sido alvo de críticas por sua potencial influência no bem-estar mental dos trabalhadores. Esses efeitos normalmente são ligados à natureza exploratória e desigual desse sistema, além de sua constante mudança, sempre visando uma maior produção, com menores salários e menos direitos aos trabalhadores, ou seja uma precarização do trabalho. Diante desse panorama, surge a necessidade de compreender melhor a interação entre saúde mental e as relações capitalistas, sobretudo de trabalho. Por trás dessa demanda, a motivação subjacente dessa busca é propor uma visão mais abrangente do bem-estar humano, que considere não apenas os aspectos materiais, mas também os aspectos psicológicos. O escopo desta pesquisa transcende a mera exploração das diversas formas pelas quais o capitalismo exerce influência sobre a saúde mental, estendendo-se à investigação minuciosa e à avaliação meticulosa de seus impactos específicos. Críticas ao efeito do capitalismo no bem-estar mental foram abordadas extensivamente. Essas críticas fornecem uma compreensão mais profunda das consequências negativas associadas ao sistema capitalista e sua influência nos resultados de saúde mental. A presente análise foi empreendida objetivamente, portanto, o seu intuito não é apenas explorar de maneira aprofundada e mais abrangente as várias formas pelas quais o capitalismo influi sobre a saúde mental, mas também investigar e avaliar seu impacto na saúde mental de forma detalhada. Conduzindo uma abordagem de pesquisa exploratória, serão empregadas análises rigorosas da literatura acadêmica e de estudos empíricos sobre o tema, com o intuito de identificar padrões recorrentes e descobertas de destaque sobre o assunto. Com a utilização de uma perspectiva multidisciplinar, insights advindos da psicologia e da sociologia estão integrados ao trabalho com o objetivo de ampliar a compreensão dessa complexa inter-relação entre diversos campos do conhecimento. Como resultado desta análise, é possível entender, de uma forma mais esclarecedora e acessível, sobre a complexidade da relação entre saúde mental e capitalismo, além de demonstrar a relação entre o adoecimento mental da classe trabalhadora e o sistema capitalista vigente em nossa sociedade contemporânea. Contribuindo para o enriquecimento do diálogo acadêmico e social acerca da importância de se considerar os aspectos psicológicos, emocionais e sociais presentes no contexto das discussões sobre a saúde mental e o capitalismo como forma de organização social e modo de produção.
Palavras-chave: Saúde mental; Capitalismo; Classe trabalhadora; Terceirização