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Dados correspondentes ao ano de 2018, publicados no Atlas da Violência 2020, documento elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, explicitam que 4.519 mulheres foram assassinadas no Brasil em 2018, isso representa uma média de 12 mulheres assassinadas por dia. Entre 2008 e 2018, os assassinatos de mulheres aumentaram em média 4,2% no país, porém, em alguns estados, a taxa desses homicídios mais que dobrou entre esses 10 anos. Considerando esta realidade, é prudente, enquanto sujeitos envolvidos no processo educacional, reafirmar a participação ativa de docentes na construção de mudanças sociais que funcionem como uma ruptura com essa realidade de violência. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo entender se as temáticas relacionadas ao fim da violência de gênero e à busca por igualdade estão sendo trabalhadas em sala de aula e de que forma. Para tanto, foram feitas entrevistas semiestruturadas com professores da rede pública de educação básica do Rio Grande do Sul que, posteriormente, foram transcritas e passaram a constituir o arquivo para as análises. Este arquivo foi preliminarmente analisado tomando como base o escopo teórico-metodológico da Análise do Discurso (AD) de linha francesa, uma vez que esta teoria permite que o texto, enquanto materialidade do discurso, seja observado a partir das suas condições de produção. Além disso, é possível observar os processos de interpelação ideológica do sujeito. Para isso, a AD mobiliza a linguística, a psicanálise e o materialismo histórico, levando em consideração que a língua não é transparente.  Esse processo analítico inicial nos permitiu distinguir diferentes posicionamentos dos professores em relação a abordagem dessas temáticas em sala de aula evidenciando que existem presenças e ausências do tema abordado.

Análise do Discurso. Educação. Discurso Feminista