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A sala de aula inclusiva e o ensino de L1 e L2 de português no contexto surdo
Douglas Bloss Pires, Gabriela Fontana Abs da Cruz (Orientadora)

Última alteração: 07-10-2019

Resumo


O projeto de pesquisa PRALER: Programa de Avaliação e Prática de Leitura, no ano de 2019, propõe uma investigação a respeito do tema inclusão com o foco nas salas de aula inclusivas e, da mesma forma, pesquisar de que maneira ocorre esse ensino inclusivo com o contexto de alunos surdos. É importante compreender os termos de que se abordarão na pesquisa sobre inclusão, pois nem sempre são claras as definições e suas nuances. Propomos esclarecer e apontar algumas percepções sobre o tema. A fim de nos ajudar a encontrar uma definição do que é uma “escola inclusiva”, o livro Inclusão: Um guia para educadores (1999), da autora Susan Stainback, define, em sua obra, que a “escola inclusiva” é um ambiente que educa todos e que todos recebem oportunidades, mas a escola inclusiva não é só isso, ela é um lugar do qual todos fazem parte, em que todos são aceitos, onde todos ajudam e são ajudados por seus colegas e por membros da comunidade escolar, para que suas necessidades educacionais sejam satisfeitas. Quanto à definição de “inclusão”, o livro Caminhos para Inclusão (2007), através de um relato numa escola austríaca, é tido como “uma comunidade de pessoas diferentes que atingiam um nível mais alto de forma conjunta [...] e que todo ser humano tem necessidades especiais que devem ser tratadas adequadamente” (p. 37). Sendo assim, é possível notar através das citações que as escolas inclusivas e as salas de aula inclusivas são ambientes para todos, pois é através da participação e da cooperação de todas as partes que formam a escola e a sala de aula que o ensino ocorre, bem como cumprimento com a função a social de assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação previsto na Lei brasileira vigente “Inclusão da Pessoa com Deficiência”; a inclusão é parte de um processo social. Já que todo ser humano tem suas necessidades, o mais coerente é propiciar um ambiente que todos estejam incluídos nas atividades sociais. Mesmo assim, a problemática das escolas sem recursos para inclusão persiste, assim como professores não capacitados para lidar com essas especificidades, no caso deste trabalho, estudantes surdos. Além disso, há grande quantidade de salas de aula superlotadas, que, consequentemente, faz com que o professor não tenha como dar a devida atenção aos alunos, sejam eles surdos ou ouvintes. Com todas essas questões presentes, ainda há a questão do ensino de português nessas salas de aula inclusivas no contexto surdo, pois há uma barreira linguística que acentua mais o problema de seu ensino, já que, além de o professor ministrar uma aula de língua portuguesa como L1 (língua materna/primeira língua) para os alunos ouvintes, o docente estará concomitantemente ensinando L2 (segunda língua) de português para os alunos surdos. Ou seja, é necessário evidenciar as distinções do ensino de português como L1 e o ensino de português como L2 no contexto surdo para que a sala de aula inclusiva seja efetiva em seus processos pedagógicos para todos, que tenham igual impacto. Tendo em vista tais problemáticas, este estudo tem como metodologia a pesquisa bibliográfica, em que são realizados levantamentos em documentos oficiais (Declaração de Salamanca do MEC e no Plano Nacional de Ensino), em leis (Lei 13.146 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, o atual Estatuto da Pessoa com Deficiência), em livros (os supracitados e outros como Avanços em Políticas de Inclusão, de 2011, e Inclusão na prática, de 2010) e em artigos científicos (A Educação bilíngue para alunos surdos numa perspectiva culturalmente sensível/relevante, Processos interativos em sala de aula e a pedagogia culturalmente sensível etc) que tratam a respeito dos temas em questão a fim de gerar uma discussão na área de inclusão na educação. Como resultados parciais, foi possível constatar que em apenas alguns poucos documentos foi possível obter uma definição precisa do que é uma escola e uma sala inclusivas, o que nos leva a acreditar que se a definição dos termos é difícil de delimitar, a prática fica ainda mais dificultada, já que no momento que a priori não está bem clara, a práxis sofrerá as consequências de uma má fundamentação teórica.


Palavras-chave


inclusão; ensino; surdo; português

Referências


BAPTISTA, C. R.; JESUS, D. M. Avanços em políticas de inclusão: o contexto da educação especial no Brasil e em outros países: 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 2009

STAINBACK, S.; STAINBACK, W. Inclusão: Um Guia para Educadores: 1. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1999


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