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A motivação dos estudantes do IFRS Restinga para participar das equipes esportivas
Bruno Rodrigues Hahl, José Lourenço Munaretto Zimmermann, Cintia Mussi Alvim Stocchero (Orientadora)

Última alteração: 07-10-2019

Resumo


Estudos realizados em diversos estados do Brasil nos últimos anos apontam que mais de 40% dos adolescentes não atingem o tempo mínimo de atividade física recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A pesquisa de Silva & Silva (2008) com estudantes de Aracaju apontou que 74,7% dos jovens são considerados pouco ativos ou sedentários. Com base nesses dados e na preocupação de que um estilo de vida sedentário na adolescência perdure na vida adulta, programas e projetos que incentivem a prática regular de atividade física nessa faixa etária se fazem necessários. Nesse contexto, insere-se o Projeto de Ensino de Monitoria em Educação Física e Equipes Esportivas oferecido pelo IFRS Restinga que oportuniza a todos os alunos do campus a prática de quatro modalidades esportivas: Futsal, Voleibol, Judô e Tênis de Mesa. No entanto, para o projeto se manter atrativo é importante conhecer o perfil dos participantes e os fatores que conduziram estes a realizarem suas inscrições e permanecerem nas respectivas modalidades assiduamente. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar as motivações que levaram os estudantes do IFRS Restinga a participar efetivamente dos treinos e das equipes. Para isso, utilizamos o Questionário de Motivação para Atividades Desportivas (QMAD), composto por 30 itens agrupados em oito seções: Competição; Forma Física; Afiliação Geral; Competência Técnica; Afiliação Específica; Prazer/Ocupação do Tempo; Status; Emoção. O QMAD foi desenvolvido por Gil, Gross & Huddleston (1983) nos Estados Unidos e adaptado no Brasil por Serpa (1992). O questionário foi aplicado em todos os alunos que possuíam frequência nos treinamentos igual ou superior a 75%, totalizando 32 estudantes, distribuídos da seguinte forma: 8 alunos do futsal, 15 do voleibol, 7 do judô e 2 do tênis de mesa. A população do estudo foi composta por adolescentes de 15 a 20 anos de idade, sendo 10 meninas e 22 meninos. Os respondentes deveriam apontar a importância de cada item para si em uma escala Lickert crescente de 1 a 5, sendo que 1 equivale a nada importante e 5 a totalmente importante. Para facilitar a compreensão dos resultados, dividimos os valores de cada item por modalidade e por gênero. O item “Melhorar a minha técnica” ficou com a melhor média no futsal e no voleibol, com média geral 4.65 e o item “Aprender novas técnicas” ficou com a melhor média no Tênis de Mesa e no Judô, com média geral 4.28. O tópico “Desenvolvimento no esporte” ficou entre os três maiores valores de cada modalidade com 4.43 na pontuação geral. Todos os itens citados fazem parte da seção denominada como Competência Técnica. Entre as meninas os itens com melhor média foram “Melhorar minha técnica” e “Estar em boa condição física” com 4.55 enquanto que entre os meninos foi “Melhorar minha técnica” com 4,77 seguido do “Desenvolvimento no esporte”. Outros estudos utilizaram o mesmo instrumento em diversos grupos específicos. Rebelo (2009) verificou a motivação dos integrantes da equipe de futebol da UFRGS e concluiu que competir e manter a forma física eram os principais fatores motivacionais dos mesmos. Paim (2003) realizou um estudo com meninas de 14 a 16 anos de idade envolvidas na prática do Voleibol e constatou que para elas o desenvolvimento de habilidades técnicas era o principal fator para a continuidade na atividade, resultado semelhante ao encontrado no presente estudo. Juchem et al (2007) realizou sua pesquisa com tenistas de 13 a 16 anos e para eles a principal justificativa para a prática da modalidade está na seção do Prazer. A partir dos dados coletados, percebe-se que os alunos do IFRS Restinga estão interessados em aprender ou aprimorar gestos e fundamentos técnicos das modalidades e esse desejo é o principal fator motivacional para a permanência nas equipes oferecidas pelo campus.

Palavras-chave


motivação; adolescentes; atividade Física

Referências


Gill D. L.; Gross J. B.; Huddleston S. Participation motivation in youth sports. Int J Sport Psychol. 1983;14:1-14.

JUCHEM, L. ET AL. A motivação para a práticaregular de atividades fisicas: um estudo descritivo-exploratório comtenistas do sexo masculino de 13 à 16 anos. Coleção Pesquisa em Educação Física, Jundiai, v. 6, n. 2, p. 19-24, set. 2007.

PAIM, M. C. C. Voleibol, que fatores motivacionais levam a sua prática? Revista Digital, Buenos Aires, v. 9, n. 61, 2003. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd61/volei.htm>. Acesso em: 27 ago. 2019

REBELO, Guilherme Machado. Motivação: Um estudo realizado com a equipe de futebol masculino da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2009

SERPA, S.; Motivação para a prática desportiva: desenvolvimento somato-motor e fatores de excelência desportiva na população escolar portuguesa. FACDEX Ministério da Educação - Desporto Escolar, p.101-106, 1990.

Silva, D. A. S.; Silva, R. J. dos S. Padrão de atividade física no lazer e fatores associados em estudantes de Aracaju-SE. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde. Vol. 13. Num. 2. p. 94-101. 2008.


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