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Perfil de aptidão física de estudantes da rede municipal de ensino de Nova Santa Rita
Nathana Silva dos Santos, André Henrique Fauth, Cíntia Mussi Alvim Stocchero (Orientadora)

Última alteração: 07-10-2019

Resumo


Majoritariamente os estudos dos efeitos do exercício ou atividade física são referentes aos impactos na saúde, principalmente quanto a benefícios nos sistemas cardiorrespiratório (Daussin, 2008), imunológico (Walsh et al., 2011) e muscular (Knutggen, 2007). Uma das formas de se avaliar o impacto do exercício sobre esses sistemas é através da realização de testes de aptidão física. A inatividade física entre os adolescentes (população mundial) é de 80,3% (Hallal et al, 2012).  As crianças e adolescentes, em sua maioria, permanecem matriculados na escola durante esse período da vida. Logo, a atividade física regular e/ou intervenções de exercício, particularmente nas aulas de Educação Física, poderia desempenhar um papel chave no desenvolvimento físico e mental desses jovens. Sabendo que a infância e a adolescência correspondem a uma fase de considerável desenvolvimento humano, sendo que, sobretudo esse último período, é marcado por mudanças físicas, hormonais e comportamentais, o papel potencial que a atividade física e o exercício podem assumir para o desenvolvimento não pode ser negligenciado. O presente estudo objetivou avaliar a aptidão física de crianças e adolescentes, estudantes da rede municipal. A aptidão física relacionada à saúde (APFS) envolve a capacidade de realizar atividades diárias com vigor, assim como a posse de traços e capacidades associados a baixo risco de surgimento prematuro de doenças hipocinéticas. Seus componentes incluem a aptidão cardiorrespiratória, a flexibilidade, a força e resistência musculares e a composição corporal. E a aptidão física relacionada ao desempenho motor (APFDM) incorpora a agilidade e a velocidade. Foram avaliadas as seguintes variáveis: índice de Massa Corporal (IMC); flexibilidade; resistência abdominal; resistência aeróbica; força explosiva de membros inferiores e superiores; agilidade e velocidade. Os testes foram realizados utilizando-se a bateria PROESP (Projeto Esporte Brasil) de testes, um manual composto por um conjunto de testes, critérios e normas de avaliação e sistema de apoio virtual. A amostra foi constituída de 200 estudantes de 4 escolas da rede pública do Município de Nova Santa Rita. Foi realizada estatística descritiva para todas as variáveis avaliadas no estudo (média ± desvio-padrão), bem como a média de idade para relacionarmos com os pontos de corte definidos pelo PROESP, que são divididos em idade e sexo. Os resultados de todos os testes foram abaixo dos pontos como referencial de qualidade, com exceção do teste de IMC e flexibilidade. A média de IMC dos meninos foi de 20,9±4,7 e de 20,3± para as meninas. Enquanto os pontos de corte na avaliação da APFS, o IMC para meninos e para as meninas é 22. Consideram-se valores abaixo dos pontos de corte como parâmetros de normalidade. Se fossem valores superiores aos pontos de corte configurariam-se como indicadores de risco à presença de níveis elevados de colesterol e pressão arterial, além da provável ocorrência de obesidade. Para a flexibilidade (sentar-e-alcançar sem Banco de Wells) foi de 30±8,5 para ambos os sexos. O ponto de corte para os meninos é 23,1 e para as meninas é 23,5. Consideram-se os valores abaixo dos pontos de corte como indicadores de risco à ocorrência de desvios posturais e queixa de dores nas costas.  No de resistência muscular (abdominal) foi de 28±10,2. O pontos de corte no teste são de 23 para as meninas e 35 para os meninos. Resultados inferiores aos pontos de corte indicam a probabilidade aumentada de Indicadores de Risco à presença de desvios posturais e queixa de dor nas costas. Os pontos de corte na avaliação da APFDM nos testes de força explosiva de membros superiores e membros inferiores considerou “fraco” o desempenho de ambos os sexos. O mesmo foi obtido no teste de agilidade, teste de velocidade e no teste de resistência. Dessa forma, o presente estudo indica que adolescentes de escolas públicas da rede municipal de Nova Santa Rita apresentam uma aptidão física para a saúde abaixo da recomendada para esse grupo etário, apresentando portanto riscos à saúde.


Palavras-chave


Aptidão Física; Saúde; Adolescentes; PROESP

Referências


Daussin, F. N., Zoll, J., Dufour, S. P., Ponsot, E., Lonsdorfer-Wolf, E., Doutreleau, S., ... Richard, R. (2008). Effect of interval versus continuous training on cardiorespiratory and mitochondrial functions: relationship to aerobic performance improvements in sedentary subjects. AJP: Regulatory, Integrative and Comparative Physiology, 295(1), R264–R272. https://doi.org/10.1152/ajpregu.00875.2007

Walsh, N. P., Gleeson, M., Shephard, R. J., Gleeson, M., Woods, J. A., Bishop, N. C., ... Simon, P. (2011). Position statement part one: Immune function and exercise. Exercise Immunology Review.

Knuttgen, H. . (2007). Strength training and aerobic exercise: comparison and contrast. Journal of Strenght Cond Research, 21(3), 973–8.

Hallal, P. C., Andersen, L. B., Bull, F. C., Guthold, R., Haskell, W., Ekelund, U., ... Wells, J. C. (2012). Global physical activity levels: Surveillance progress, pitfalls, and prospects. The Lancet, 380(9838), 247–257. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(12)60646-1


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