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Praler: projeto de avaliação e e prática de leitura do campus Restinga
Lucas Gabriel Gamboa da Rosa Cardoso, Luís Henrique Leiria Pinheiro, Victoria Moraes Ramos, Gabriela Fontana

Última alteração: 14-09-2018

Resumo


O presente projeto de pesquisa permeia o campo da leitura e suas conjecturas. Os registros escritos foram vir a existir muito tempo depois do ser humano, logo, o cérebro não teve um espaço específico para uma decodificação de códigos tão específica. Para que o cérebro possa desempenhar tal tarefa, ele precisa realocar áreas designadas previamente para outros usos e reforçar até que se transforme em algo mais natural, vinculando-se à memória de longo prazo. Quando uma pessoa está aprendendo a ler, a parte do cérebro responsável pela associação letra-som é a que também reconhece desenhos e códigos, o que já não acontece quando se reconhece frases sem ter de passar cada palavra a sua vez. Geralmente esse processo se inicia na infância, pelos primeiros anos escolares, e é consolidado ao longo da adolescência. Porém, quando é pouco exercitado, esse desenvolvimento se atrasa e é responsável pelo analfabetismo funcional. Segundo dados de 2000 do IBGE, 20,52% da população da Restinga são analfabetos funcionais. Com o projeto de ensino adjacente cooperando com este, pretende-se analisar e propor os meios mais eficientes para serem, então, aplicados no corpo discente. Com o objetivo de ampliar as propostas de ensino a alunos com dificuldades de compreensão leitora, pensa-se, primeiramente, em trabalhar com estudantes da presente Instituição, com potencial para se desenvolver, futuramente, em outros estabelecimentos de ensino da região em que o campus está inserido. Espera-se perceber, ao fim, que a pesquisa coletou dados positivos e que houve alguma evolução nos grupos observados. Para que possa haver tal observação, previamente é preciso realizar tarefas que suportem o resto do projeto e, por consequência, as pesquisas. Em princípio, o foco foi dado à leitura de artigos que explicam como o cérebro decodifica frases e palavras na presença de um texto, assim como as estratégias cognitivas e metacognitivas utilizadas para a compreensão do que se lê. Quando a base teórica foi considerada suficiente, iniciou-se a etapa de análise de livros didáticos destinados ao Ensino Médio (indicados e disponibilizados pelo Plano Nacional do Livro Didático). Foram examinadas as leituras oferecidas pelos ditos livros e os tipos de exercícios que os acompanhavam, a fim de situar-se sobre o que estava sendo oferecido no cenário atual. Nessa crítica, foi ponderado o que é eficaz de fato nas leituras, somado às tarefas que acompanham, do que não oferece uma progressão natural para com as competências dos alunos. Esses dados foram colhidos e desenvolveram-se questões, levando em consideração o que foi percebido como exercícios necessários. Em seguida, principiou-se a elaboração de níveis e de critérios para organizar os conhecimentos hipotéticos dos futuros indivíduos observados. Pesquisou-se que tipos de entendimentos de um texto são mais elementares e quais são mais complexos, assim como quais são as formas mais práticas de identificar tais conhecimentos. Os valores mais básicos dizem respeito à compreensão do tema ou ao objetivo de que um texto trata, já os mais complexos podem demandar reflexões dissertativas e conhecimento de mundo. Apenas dessa forma é possível perceber quanto faltará para alguém atingir seu potencial máximo e quais aspectos devem ser levados em consideração para que seja alcançado esse objetivo. Foram desenvolvidos seis níveis, de maneira que quanto mais alto este é, mais conhecimento engloba. Um nível levará em consideração os conhecimentos dos níveis inferiores e o acréscimo de novos. Diferente dos livros didáticos, as questões a serem desenvolvidas não poderiam depender da leitura de um capítulo específico de contextualização, teria que comunicar o necessário para ser realizado e ser autossuficiente em sua totalidade, apesar de algumas questões de níveis finais de compreensão requisitarem integração de informações do texto com visão pessoal de mundo. Criaram-se, então, seis conjuntos de exercícios, com a indicação dos respectivos níveis, para serem aplicados a fins de nivelamento para um primeiro grupo seleto. Essa aplicação até o presente momento não foi feita, porém, quando for realizada, os números serão coletados e se concluirá, ou não, se os projetos estão no caminho certo. Se for julgado adequado diante das aplicações primárias, o foco do projeto irá para a identificação das complicações mais recorrentes no entendimento dos alunos, isolando o critério em que surge a determinada dificuldade e reforçando com treinamentos específicos de leitura. O projeto de pesquisa terá a responsabilidade de continuar pesquisando métodos de exercitar da melhor forma leituras e coletar os dados das aplicações feitas pelo grupo homônimo de ensino.

MILESKI, Ivanete; SOUSA, Lucilene Bender de. A emergência da especialização cerebral para leitura de palavras. In: GABRIEL, Rosângela; FLORES, Onici Claro; CARDOSO, Rosane; PICCININ, Fabiana. Tecendo conexões entre cognição, linguagem e leitura. Curitiba: Multideia: 2014;

KNECHT, Fernanda. O impacto da aquisição da leitura no cérebro: o que os estudos com neuroimagem têm a dizer. In: PEREIRA, Vera Wannmacher; GUARESI, Ronei. Estudos sobre leitura: Psicolinguística e interfaces. Porto Alegre: Edipucrs, 2012;

MACHADO, Gislaine. Aspectos cognitivos envolvidos no processo da leitura: contribuição das neurociências e das ciências cognitivas. In: PEREIRA, Vera Wannmacher; GUARESI, Ronei. Estudos sobre leitura: Psicolinguística e interfaces. Porto Alegre: Edipucrs, 2012;

KIPPER, Elisangela. Inferências e compreensão leitora. In: PEREIRA, Vera Wannmacher; GUARESI, Ronei. Estudos sobre leitura: Psicolinguística e interfaces. Porto Alegre: Edipucrs, 2012;

RIBEIRO, Kelli da Rosa. Uma discussão sobre estratégias metacognitivas em leitura na escola. In: PEREIRA, Vera Wannmacher; GUARESI, Ronei. Estudos sobre leitura: Psicolinguística e interfaces. Porto Alegre: Edipucrs, 2012;

GUARESI, Ronei. Influência da leitura no aprendizado da escrita: uma incursão pela (in)consciência. In: PEREIRA, Vera Wannmacher; GUARESI, Ronei. Estudos sobre leitura: Psicolinguística e interfaces. Porto Alegre: Edipucrs, 2012.


Palavras-chave


Leitura; Ensino; Pesquisa

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