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Cuidando de ser: o lazer para as mulheres do IFRS - Campus Restinga
Thaís da Silva de Freitas, Thayane Cazallas

Última alteração: 18-09-2018

Resumo


Por milhares de anos a mulher dedicou sua vida apenas ao desempenho doméstico, por uma imposição cultural e hereditária, onde a mente feminina inconscientemente foi moldada à dependência masculina e patriarcal, sendo limitada à exposição dos saberes e à expressão das ciências. Tais fatos resultam em um processo de desconstrução social, onde se é desmistificado o lugar da mulher em campos de atuação. Atualmente, considerável número de mulheres, têm se inserido em espaços acadêmicos, porém, o reflexo de uma cultura arquitetada sob conceitos equivocados, ainda pesa sobre os ombros de uma geração inteira de mulheres. Muitas, que em sua juventude tiveram seus processos de discência interrompidos, ou que dedicaram mais intensamente suas vidas ao trabalho (trabalho formal ou trabalho doméstico), têm direcionado seus objetivos em recuperar seus processos acadêmicos e sociais, para a inserção em um novo espaço da sociedade. Em meio aos processos de inclusão da mulher (de baixa renda e baixo nível acadêmico) na sociedade, é necessário evidenciar a banalização, automaticamente inconsciente e precarização do lazer na autoconstrução individual da mulher. O Lazer é um direito constitucional, desde 1988, e deve ser expandido para os diversos campos da sociedade, infelizmente, no contexto atual de nossa civilização, isso ainda não é cotidianamente real. Este trabalho de conclusão de curso trata-se de um espaço de pesquisa-ação integrado ao projeto de extensão Cuidando de Si, na intervenção do lazer no cronograma semanal de alunas, servidoras e professoras do IFRS Campus Restinga, ao qual participam do Coletivo Cuidando de Ser, que promove encontros intencionais à prática do cuidado consigo. Em cada encontro é feito uma oficina ou atividade, com intuito de proporcionar espaços de reflexão, conscientização e relaxamento para as participantes; trazendo a possibilidade de que ao final dessa experiência elas carreguem consigo a vivência de tais dinâmicas e exerçam na prática o costume de dedicar um tempo pessoal e voluntário ao lazer, visando a saúde mental e física das mesmas. Foram feitas oficinas de produção musical, produção de mandalas, rodas de conversas, debates, confraternizações, entre outras, visando um espaço horizontal onde o conhecimento é compartilhado sem aspectos hierárquicos e todas são vistas como produtoras culturais. Tais encontros fornecem tanta relevância, que uma das participantes decidiu promover denominada “filial”, partilhando com a comunidade onde vive, as experiências propiciadas no Coletivo Cuidando de Ser. O projeto tem tido seu crescimento todas as semanas, onde diferentes mulheres têm obtido um tempo de lazer na simplicidade de cada encontro.


Palavras-chave


mulheres; lazer; autocuidado; oficinas;

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