Última alteração: 14-09-2018
Resumo
Nosso objetivo nessa pesquisa foi investigar a trajetória acadêmica e profissional de mulheres negras na ciência brasileira. Sabemos que existem desigualdades de oportunidades entre gêneros e raças no Brasil e dos obstáculos enfrentados pelas mulheres, em especial mulheres negras, em ingressar nas carreiras científicas. O número de mulheres que entram para mercado de trabalho é crescente, porém existe uma grande diferença em relação a taxa de participação dos homens. O nível de escolaridade das mulheres é superior a taxa dos homens, mas, quando analisamos a taxa de desemprego das mulheres negras é praticamente o dobro da taxa dos homens brancos. Nosso estudo é qualitativo e para realizá-lo, primeiramente pesquisamos em artigos científicos e reportagens que abordassem a presença da mulher na ciência, em especial, da mulher negra. Após, procuramos algumas pesquisadoras atuantes em instituições de ensino superior para que respondessem a um questionário com perguntas abertas com a intenção de compreendermos sua trajetória até o cargo que atualmente ocupa. O questionário contou com as seguintes perguntas: 1) Você estudou em escola pública ou particular? 2) Qual a sua formação acadêmica? 3)Você começou a pesquisar e a se formar cientista com que idade? 4) Você teve apoio da sua família quando decidiu seguir a carreira de cientista? 5) Você sofreu racismo na sua adolescência ou agora que você já é uma profissional? 6) Se você sofreu racismo, como você superou? 7) Você acha que deve ocorrer igualdade de oportunidades profissionais entre pessoas independentemente da cor? 8)Você acha que as pessoas são muito preconceituosas no ambiente que você trabalha? 9)Você tem filhos? 10) Você é casada? Se sim, seu (sua) companheiro (a) apoia seu trabalho? 11) Quais suas atividades além de ser uma profissional cientista? Encaminhamos o questionário a três pesquisadoras. Até o momento obtivemos o retorno de um questionário. A participante da pesquisa afirma ter estudado em instituição pública durante toda sua formação e que enfrentou racismo em sua trajetória. Atualmente trabalha em uma instituição pública federal e diz que sofre racismo de forma “sutil” e que procura pontuar essas situações com seus colegas de trabalho. A participante afirma ser a única mulher negra na instituição que atua. É possível até o presente momento que existem obstáculos para o crescimento profissional da mulher negra na área da ciência, porém, através de exemplos como da nossa entrevistada percebemos que é possível vencer as dificuldades e incentivar outras meninas e mulheres a conquistas seu lugar no mercado de trabalho.