O uso da sétima arte em sala de aula nas disciplinas de Linguagens do Curso Técnico Integrado em Lazer, do IFRS-Campus Restinga, inspirou-se no curso “Meu primeiro filme”, ofertado a professores da Educação Básica no ano de 2017, pelo Cineasta Carlos Gerbase. Trabalhar cinema com estudantes do ensino básico ajuda desenvolver o trabalho em equipe, a criatividade, a produção escrita (roteiro), a produção oral e a desinibição (atuação), além de instigar o aluno a criar, dirigir, atuar e produzir suas próprias histórias, saindo da rotineira relação em que professor fala e aluno ouve, decora e copia, fortalecendo o processo ensino aprendizagem e incentivando o aluno a se expressar mais e melhor. Ao se usar temas e conteúdos previstos no currículo, o aluno também adquire o conhecimento do ensino tradicional. O projeto Curtas no IF foi criado como um complemento para sala de aula, para trabalhar a literatura, a produção escrita e oral do ensino médio de forma não convencional, assim incentivando o aluno a aprofundar seus conhecimentos sobre linguagens. A participação no “Festival Primeiro Filme” entra como complemento para quando os curtas estiverem prontos. Os temas a serem trabalhados foram divididos conforme os anos de cada turma, sendo no primeiro ano, a releitura dos contos de fadas clássicos para a atualidade; no segundo ano, a idealização de uma nova nação, com invenção de um país imaginário; no terceiro ano, a questão das desigualdades (referentes às minorias, à periferia, ao racismo, etc). Tendo os temas divididos, iniciou-se a divisão dos grupos e a definição de papéis, cada grupo com 4 núcleos. O primeiro é o núcleo de roteirização, é o que vai escrever a história para ser contada; o segundo é o de produção, aquele que vai trabalhar as coisas práticas como figurino, cenografia, maquiagem, fotografia, etc; o terceiro é o de direção, em que trabalha o diretor, que deve coordenar os atores, a iluminação, a filmagem e tudo mais que estiver ocorrendo no momento das gravações; e o último é o da equipe técnica, sendo esse responsável pela edição, por transformar os sons e as imagens em um filme. Então, para auxiliar os estudantes na suas produções, estudou-se o livro de Carlos Gerbase e foram propostas palestras e oficinas para as turmas com os temas pertinentes ao projeto, como roteiro, atuação, figurino, filmagem, entre outros. Algumas dessas palestras e oficinas contam com a participação de profissionais da área, trazendo experiências, dicas e exemplos para a produção dos curtas. Os alunos podem também requisitar assessoria do bolsista com horário marcado para esclarecer dúvidas acerca de seus papéis, sejam elas técnicas ou subjetivas. Ao fim das primeiras palestras e oficinas, os alunos já estavam conseguindo compreender melhor sobre a diferença entre textos literários e roteiros; a importância de definir papéis e delegar funções para pessoas específicas; a forma de criação, tanto no quesito criatividade quanto organização de ideias no papel. Também já estavam com os primeiros roteiros prontos e com o grupos definidos, sendo o próximo passo a organização dos equipamentos necessários, o treinamento nas áreas que cada um do grupo iria trabalhar e o início das filmagens. Ao final do ano letivo será realizado um festival de cinema no Campus para a apresentação dos curtas para a comunidade escolar, onde os alunos poderão interagir com o público e receber suas primeiras críticas, assim já aprendendo importantes lições que apresentações reais podem trazer.

GERBASE, Carlos. Cinema: primeiro filme: descobrindo, fazendo, pensando.

Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2017.

GERBASE, Carlos. Primeiro Filme. http://www.primeirofilme.com.br/site/. Último

acesso em: 08/08/2018, às 18h30min.

IFRS – Campus Restinga. Projeto Pedagógico do Curso Técnico em Lazer.

Porto Alegre: IFRS, Campus Restinga, 2016.

Instituto Antônio Houaiss. Houaiss Eletrônico. Editora Objetiva, 2009.