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A cinza da casca de arroz é um resíduo agro-industrial largamente gerado, proveniente da utilização da casca de arroz como biomassa para geração de energia pelas próprias indústrias arrozeiras. Contudo, ainda não recebe um destino adequado, resultando em problemas ambientais que afetam os solos e os rios. O reaproveitamento de resíduos tem contribuído para o desenvolvimento sustentável de diversos setores, recebendo destaque o ramo de produção de madeira plástica. Sob esta perspectiva, o presente trabalho tem por objetivo produzir um compósito com a cinza da casca de arroz e o polímero polipropileno reciclado (proveniente de para-choques de automóveis), a fim de substituir a madeira convencional pela madeira plástica e, assim, fechar o ciclo de aproveitamento dos resíduos da indústria arrozeira. Para tanto, empregou-se dois tipos de cinzas resultantes de dois processos de queima distintos, sendo uma produto da queima industrial e a outra de um método de queima controlada, para que fossem segregadas, moídas em moinho de bolas e caracterizadas por fluorescência de raios-X, por granulometria a laser e por perda ao fogo. Para o estudo do compósito se utilizou apenas a cinza proveniente da queima industrial para preparar quatro formulações distintas que tiveram algumas de suas propriedades estudadas, como sua morfologia por meio de microscopia eletrônica de varredura, suas propriedades mecânicas locais através da dureza Shore D, da flexão dinâmica e da tração, o inchamento e a espectroscopia no infravermelho para averiguar possíveis variações na estrutura ocasionadas pelo processamento. Conclui-se que o processo de segregação da cinza é de extrema importância para sua utilização como reforço e que um controle das condições de queima da casca do arroz é importante para a obtenção de uma cinza com alto teor de sílica e com uma granulometria reduzida. Em relação ao compósito, atestou-se que a cadeia polimérica se manteve constante e que a adição de cinza diminuiu sua absorção de água e sua resistência à tração. Ademais, verificou-se que para uma aplicação em que a solicitação é em flexão dinâmica o compósito se apresentou melhor que o material base, sendo a composição ótima a de 10% em massa de cinzas agregadas.

Cinza da casca de arroz; Madeira plástica; Reciclagem