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Desconstruções de homofobia na escola: experiências e aprendizagens
Emanuel Raulino De Freitas, Adeilson Anger Fisner, Kathlen Luana de Oliveira

Última alteração: 31-10-2017

Resumo


O seguinte trabalho consiste em uma análise de experiências de ensino-aprendizagem do campus Osório do IFRS que almejavam desconstruir discursos e atitudes homofóbicas presentes no âmbito escolar. Nas aulas de filosofia, a partir de seminários de discussão de gênero, observou-se a necessidade de enfrentamento de preconceitos existentes. Debates foram realizados com estudantes do primeiro ano do ensino médio técnico integrado em administração com a proposta de perceber violências e construir caminhos de superação. No entanto houveram algumas discussões tanto positivas quanto negativas nos instigando a dar continuidade no projeto.  Então houve a necessidade de um aprofundamento teórico e tem como objetivos: Trazer para as aulas de filosofia discussões, muitas vezes, evitadas e/ou silenciadas; Problematizar as estruturas sociais que justificam violências e fortalecem a heteronormatividade; Promover o diálogo no ambiente escolar sobre gênero e homofobia, buscando formas de desconstrução de preconceitos; Refletir filosoficamente sobre corpo, identidade e diversidade, propiciando o empoderamento de identidades das e dos estudantes; Problematizar percepções estereotipadas de pessoas LGBT, possibilitando a compreensão e o respeito das diferenças. A ação de ensino-aprendizagem dividiu-se em dois momentos: no primeiro momento, os estudantes levaram as discussões de gênero e homofobia para as aulas de filosofia provocando desconstruções de pensamentos homofóbicos, heteronormativos e intolerantes. Essas discussões traziam explicações teóricas, mas também práticas de experiência e dados estatísticos. No segundo momento, o trabalho voltou-se para um aprofundamento teórico. A partir das leituras, foi possível ampliar conhecimentos e compreender múltiplas realidades institucionais, sociais, educacionais relacionais e identitários, compreendendo conceitos como gênero, homofobia, identidade, estereótipo e heteronormatividade. Até o momento, é perceptível que as discussões obtiveram bons resultados tanto dentro da sala de aula como fora. Os conhecimentos foram compartilhados e difundidos entre os estudantes. Houve protagonismo estudantil, isto é, o conhecimento foi construído a partir e para estudantes. A pesquisa possibilitou desconstruções de pensamentos e ações pautadas na heteronormatividade. Além disso, ao se apresentar experiências e dados estatísticos, foi perceptível o espanto de colegas, pois, em alguns casos, nem sabiam como as atitudes homofóbicas, intolerantes e de ódio estavam tão presentes nas escolas e na sociedade. Também foi evidente a construção de conhecimentos com as pesquisas e leituras, pois se identificou que é necessário continuar lutando e buscando formas de combater esses preconceitos e violências. É fundamental quebrar paradigmas construídos por uma sociedade machista e sexista. Entretanto, elucidado o cotidiano, trazendo construções históricas de um monopólio sobre o corpo e sobre as relações, identificou-se que é fundamental oportunizar espaços de diálogo no âmbito escolar. Como conclusões dessas experiências educativas, a compreensão que se estabeleceu é de que a desconstrução de argumentos heteronormativos precisa, além de conceitos e teorias, provocar corporeidades.


Palavras-chave


Homofobia; Escola; Prática educativa

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