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Oficina de internet para indígenas: o papel da informática no processo de democratização dos direitos fundamentais
Última alteração: 01-10-2024
Resumo
Este trabalho tem por objetivo relatar as ações desenvolvidas no projeto de extensão Oficina de internet adaptada à promoção dos direitos indígenas do IFRS Campus Rolante. O projeto visa promover a inclusão digital dos estudantes das aldeias Yvyty Porã e Pindoty, oferecendo oficinas de internet voltadas à promoção dos direitos indígenas, ferramentas digitais e interculturalidade. As ações desenvolvidas partem de uma demanda trazida pelo professor Francisco, da aldeia Yvyty Porã, e o Cacique Felipe, da aldeia Pindoty, que enfatizaram a crescente dificuldade das aldeias conseguirem acessar programas governamentais e serviços básicos por não estarem familiarizados com o uso de recursos tecnológicos para realizar os devidos processos legais. A partir desse diálogo, a equipe do projeto buscou definir a melhor metodologia e abordagens a serem realizadas considerando os interesses dos participantes e, com atividades iniciadas em agosto, o projeto busca construir uma metodologia que leve em consideração a cultura e os objetivos dos participantes. Nas oficinas, além de noções básicas de informática, buscou-se destacar os conceitos de cidadania digital, além de evidenciarmos a importância da inclusão digital como meio de participação social e política dos povos originários. A metodologia empregada visou construir uma relação intercultural entre os estudantes, possibilitando o conhecimento da cultura das comunidades indígenas locais e evidenciando a diversidade étnica e social presente na nossa região. Buscou-se desenvolver uma abordagem participativa, onde os estudantes bolsistas, sob a supervisão da coordenação do projeto, pudessem colaborar diretamente com os membros da aldeia. Durante as oficinas, as sessões de aprendizagem foram planejadas para serem interativas, realizando encontros mensais que contavam com 80% do conteúdo focado em habilidades práticas e 20% em discussões teóricas. Também buscou-se viabilizar que as comunidades indígenas conheçam o IFRS Campus Rolante e as atividades nele desenvolvidas, a fim de oportunizar uma imersão nos diversos eixos de atuação da instituição. Entre os tópicos planejados, buscou-se trabalhar ferramentas de busca, hardware e software, segurança digital e direitos indígenas, além de reconhecer e abordar novos tópicos que foram surgindo ao longo do projeto, como jogos de azar online e cuidados na exposição de dados pessoais na internet. Entre os resultados obtidos, o projeto buscou não apenas capacitar os participantes com novas habilidades, mas também fomentou um diálogo enriquecedor entre culturas, contribuindo para a preservação da identidade indígena na era digital. Também ficou evidente o amplo engajamento dos participantes em conhecer o funcionamento do mundo digital, tendo demonstrado bastante interesse durante a oficina de hardware e nos próximos encontros. Espera-se que, ao final do projeto, os participantes tenham adquirido habilidades para a utilização de tecnologias na realização de algumas atividades do dia a dia, realização de uma troca cultural entre os participantes, bolsistas e comunidade acadêmica do IFRS Campus Rolante, além de uma contribuição com o processo de aprendizado dos bolsistas, tanto em nível acadêmico, como pessoal e profissional também.
Palavras-chave
Democratização do acesso à internet; Direito indígena; Troca cultural
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