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A invisibilidade da mulher negra nos movimentos sociais e artísticos
Isabella Graboski Corrêa, Paula Xavier Paz, Alba Cristina Couto dos Santos Salatino

Última alteração: 01-10-2024

Resumo


Como diria a filósofa, mulher negra brasileira, Djamila Ribeiro (2019), estudar temas relacionados ao racismo ou à representatividade da pessoa negra, especialmente no Brasil, se faz imprescindível contextualizar nossas análises com o momento histórico da escravidão. A história da população negra começa bem antes da abolição da escravatura, e ainda hoje, 136 anos depois, é necessário justificar e salientar a urgência de uma reparação histórica para com o povo negro. Recontar e remontar as brutalidades passadas por quem foi arrancado de suas famílias, terras, raízes culturais e religiosas, que teve seu destino traçado por um sistema que legitima a sua exploração e o desvaloriza como ser humano, é uma das formas que encontramos de resistir perante a violência racial. Até mesmo quando a liberdade é valorizada como um "ato de bondade", se nega que neste momento o sistema ainda pensava em quais seriam os retornos financeiros da abolição. Os livros de história não são o suficiente para apresentar um povo tão vasto e que em meio a tantas dificuldades teve tantos pensadores e revolucionários que foram apagados pela narrativa, como Luís Gama, Zumbi dos Palmares ou então José do Patrocínio e tantos outros intelectuais negros que contribuíram com a cultura brasileira em vários aspectos, na Engenharia, nas Artes e na Filosofia. Mas, dentre tantos homens conhecidos, onde estavam as mulheres negras desse movimento pela liberdade? Atualmente, vemos elas em todos os lugares: nas ruas, nas lojas, em diversos setores no Brasil, mas ainda pouco representadas nos livros didáticos. Menosprezadas duplamente, as mulheres negras ainda hoje são invisibilizadas nos mesmos âmbitos os quais predominam: no mercado de trabalho, nas instituições e também no movimento artístico. Sueli Carneiro fala em entrevista concedida a Mano Brow que “Ser mulher negra é experimentar essa condição de asfixia social.” (Mano a Mano Podcast, 2022). O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir a presença das mulheres negras brasileiras dos movimentos artísticos e intelectuais, colocando em evidência filósofas, pensadoras e artistas como Djamila Ribeiro, Sueli Carneiro, Negra Jaque, Conceição Evaristo, Maria Auxiliadora e muitas outras mulheres negras com intelectualidade e reconhecimento por seus trabalhos e atitudes, tanto para o movimento negro brasileiro quanto para a história e os avanços sociais brasileiros de forma geral. A metodologia utilizada para a realização deste estudo foi a coleta, seleção e leitura dos conteúdos produzidos pelas personalidades, como as citadas anteriormente, baseando-se principalmente nas suas histórias, representações e depoimentos sobre as suas vivências e experiências como mulheres-negras, brasileiras e intelectuais. Com a realização deste trabalho, esperamos conseguir incentivar o público a consumir e apoiar as mulheres negras do Brasil, auxiliando na celebração da cultura afro-brasileira, no questionamento de narrativas únicas e promovendo a reflexão sobre identidade, racismo, inclusão e contribuindo para o diálogo e a conscientização social.

Palavras-chave


Afrocientista; Mulheres Negras; Arte

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