Última alteração: 01-10-2024
Resumo
A economia circular é uma abordagem inovadora que vai além das práticas ambientais tradicionais, promovendo inclusão social e econômica. Este modelo busca a utilização eficiente dos recursos e a redução do desperdício através da reutilização, reciclagem e prolongamento da vida útil dos produtos. No setor de vestuário, a reutilização de roupas exemplifica como a economia circular pode beneficiar diretamente populações vulneráveis. As roupas usadas são reutilizadas de várias formas. Doações diretas, organizadas por ONGs e parcerias governamentais, garantem que as roupas cheguem rapidamente a quem precisa, sem intermediários. Brechós convencionais oferecem roupas usadas a preços acessíveis, enquanto brechós solidários, com foco social, disponibilizam peças a preços simbólicos ou gratuitamente, facilitando o acesso ao vestuário para populações de baixa renda. Sistemas de troca de roupas permitem o compartilhamento sem transações financeiras, promovendo solidariedade e ampliando o acesso ao vestuário. O reparo, a customização e a transformação em outras roupas (upcycling) contribuem para o prolongamento da vida útil das peças. Além disso, a troca entre amigos e familiares e o aluguel de roupas corroboram como ações que evitam a aquisição de peças novas. Essas práticas promovem a inclusão social e o empoderamento econômico, reduzindo o impacto ambiental e proporcionando acesso a roupas de qualidade a preços baixos ou gratuitamente, reforçando a dignidade e atendendo a necessidades básicas sem comprometer as finanças. O objetivo desta pesquisa foi analisar as diversas maneiras pelas quais consumidores vulneráveis utilizam roupas de segunda mão, contribuindo, assim, para a economia circular. Adotou-se o método survey numa amostragem com 120 participantes. As análises revelam que a maioria dos respondentes concorda plenamente com a aquisição de roupas de segunda mão por meio de doações. Brechós solidários também aparecem como possibilidade para a obtenção de roupas. Compras em brechó e troca de roupas com familiares e amigos possui alguma adesão, mas ainda são ações não realizadas por parte significativa dos respondentes. A maioria discorda que utiliza serviços de costureira ou realiza upcycling. Além disso, o aluguel de roupas foi quase inexistente entre os participantes. Esses resultados destacam como a prevalência de doações de roupas e brechós solidários são as principais formas de aquisição dessas roupas e evidencia o impacto positivo dessas iniciativas na inclusão social, ao proporcionar acesso a vestuário de qualidade a baixo custo ou gratuitamente para populações vulneráveis, contribuindo, assim, para uma redução do desperdício e um uso mais eficiente dos recursos, reforçando a dignidade dos indivíduos e promovendo uma cultura de economia circular que beneficia a sociedade como um todo.