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FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS PARA A GESTÃO COLETIVA DE HORTAS COMUNITÁRIAS
Última alteração: 09-11-2023
Resumo
O projeto Formação de lideranças para a gestão coletiva de hortas comunitárias para mulheres de territórios da periferia na região metropolitana de Porto Alegre se inspira na metodologia do Programa Mulheres Mil. Em suas primeiras edições, o IFRS contou com a execução do Programa em alguns de seus Campus, tendo deixado referência positiva, assim como domínio metodológico por parte de pesquisadoras do Instituto, além de propiciar bons indicadores para análise. Os objetivos do projeto de Formação de lideranças, por sua vez, se baseiam na missão do próprio IFRS de "ofertar educação profissional, científica e tecnológica, inclusiva, pública, gratuita e de qualidade, promovendo a formação integral de cidadãos para enfrentar e superar desigualdades sociais, econômicas, culturais e ambientais, garantindo a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e em consonância com potencialidades e vocações territoriais". O projeto é uma ação intercampi envolvendo o IFRS Restinga e o IFRS Viamão, na promoção de um curso na modalidade Formação Inicial Continuada-FIC com certificação de 150 horas. O público beneficiário do projeto é composto por mulheres de bairros periféricos das cidades de Porto Alegre e Viamão, com perfil de baixa renda, dificuldades de acesso a direitos e outras vulnerabilidades sociais que, ao ingressar no curso, passam a receber bolsa permanência, garantindo seu deslocamento. Visando o estímulo à auto-organização das mulheres junto a seus territórios, a composição da turma do IFRS Campus Viamão contou com parceria de entidades assistenciais, grupos de economia solidária e coletivos de mulheres já organizados em bases comunitárias, o que propiciou uma composição de turma coerente com o perfil da população periférica do município, majoritariamente de mulheres negras. Por sua vez, em busca de articular as frentes de ensino, pesquisa e extensão do próprio IFRS foi publicado edital para contratação de bolsistas, priorizando o perfil das estudantes da especialização em Agroecologia atualmente em desenvolvimento no Campus Viamão. O curso FIC abrangerá 11 componentes curriculares, dos quais, 4 já foram iniciados, permitindo conhecer melhor a realidade das participantes, como foi o caso do Componente Inclusão Digital, junto ao qual foi aplicado um questionário para mensurar o acesso do grupo de mulheres à tecnologia da informação. Verificou-se que 100% possuem e-mail – em razão de ter sido pré-requisito para inscrição – e são beneficiárias do Bolsa Família (BF); 5% não possuem celular, e apenas 32% tem acesso a computador em suas residências; 78% possuem wi-fi; 32% não tinham conhecimento de como realizar consultas na internet. Em aproximação ao tema das hortas, o Componente Saúde da Mulher trabalhou com plantas medicinais, buscando auxiliar na autonomia e no autocuidado das mulheres. No mesmo sentido, o componente Sociobiodiversidade e Segurança Alimentar estimulou a consciência socioambiental de cada uma. Já em Gestão Coletiva de Território foi possível promover exercícios de responsabilização conjunta sobre o processo de ensino-aprendizagem, ao envolver as educandas na gestão e realização dos encontros. O período de realização do curso será de 5 meses ao fim dos quais haverá material rico para sistematização da experiência, assim como espera-se ter sido iniciadas as experiências de hortas comunitárias.
Palavras-chave
Mulheres, horta comunitária, liderança
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