Portal de Eventos do IFRS, VI Mostra de Pesquisa, Ensino e Extensão do IFRS - Campus Viamão

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O Sistema Agroflorestal em pequenas áreas e escolas é possível.
Ricardo Capparelli Pellegrini, Cláudio Fioreze

Última alteração: 08-11-2023

Resumo


O objetivo deste trabalho é demonstrar a possibilidade prática de implantação de sistemas agroflorestais (SAF) em pequenas áreas urbanas, especialmente em escolas.  Nosso modelo econômico com extrema desigualdade e de exclusão, associado à Pandemia e à vida na tela, enfim, acentuou o isolamento das pessoas, reduzindo a conexão real das pessoas entre si e com a natureza. A utilização de SAF em pequenas áreas é uma ótima ferramenta para trabalharmos educação ambiental, alimentação saudável e solidariedade, podendo se constituir numa poderosa ferramenta pedagógica para cumprir o objetivo. Como projeto piloto, escolhemos dentro do projeto EcoViamão duas escolas estaduais de Viamão (Santa Isabel e Açorianos), ambas em solo muito degradado. Nestes locais, de forma colaborativa, iniciamos a implantação do SAF para recuperação ambiental observando a sucessão ecológica, em que árvores exóticas ou nativas (frutíferas, especialmente) são consorciadas com culturas agrícolas, hortaliças, PANC, etc., de acordo com um arranjo espacial e temporal pré estabelecido, com alta diversidade de espécies e interações entre elas, buscando alta produção de biomassa e cobertura do solo. Pensando nas realidades locais de temperatura e clima, cultura e hábitos alimentares, escolhemos as espécies seguindo princípios agroecológicos. O desenho do espaço consta de linhas de árvores a cada 5m e com as árvores (citros e nativas, especialmente) afastados cerca de 3m nas linhas. Entre estas estão sendo implantados canteiros de hortaliças combinando plantas de diferentes ciclos, para um escalonamento na colheita, permitindo várias colheitas e a renovação. Os atores do processo trabalharam de forma voluntária, com a coordenação da equipe do projeto Ecoviamão acompanhando tudo sob a forma de mutirão (aprender a fazer, fazendo). Após alguns meses já observamos um crescente interesse pelos espaços, assim como a adesão de outros atores e novas oportunidades de construções coletivas, tais como: composteiras, relógio do corpo humano, paisagismo,  captação da água da chuva para a irrigação, entre outras. Concluímos que os sistemas agroflorestais urbanos podem contribuir muito no bem estar social, educação ambiental, reconexão com a natureza, autonomia alimentar, sociabilidade e a criação de vínculos comunitários, contribuindo para a redução de desigualdades e combate à fome.

Palavras-chave


agricultura urbana, sistema agroflorestal, comunidade.