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Afrocientistas: Em um papo reto sobre a discriminação com jovens das escolas públicas de Viamão
Última alteração: 09-11-2023
Resumo
O projeto tem como principal objetivo conscientizar os alunos das escolas públicas de Viamão, inclusive no nosso campus, sobre preconceitos e discriminação nas escolas e suas consequências, através de rodas de conversas. Visando sempre valorizar a diversidade e pluralidade brasileira no ambiente escolar, nós, estudantes envolvidos no projeto afrocientista, temos observado altos níveis de demonstração de discriminação racial no ambiente escolar bem como a falta de conhecimento entre os jovens sobre as consequências da discriminação, por meio de atividades e interações com os estudantes de diferentes idades e níveis do ensino fundamental. A falta de representatividade em cargos de liderança institucionais e políticas afeta diretamente a formação das crianças e jovens brasileiros, nesse sentido, o projeto é baseado no entendimento que o preconceito e discriminação são extremamente prejudicias para a permanência de estudantes na escola e impactam no desenvolvimento de uma sociedade saudável e democrática. As atividades de conscientização e combate ás discriminação compreendem os seguintes passos: abordagem teórica sobre os tipos de preconceitos e racismo e a roda de conversa. A metodologia da roda de conversa permite a discussão aberta e o diálogo entre alunos, de acordo com Lervolino e Pelicioni (2001), a técnica de roda de conversa, por ser uma espécie de entrevista de grupo, promove uma interação entre o pesquisador e os participantes da pesquisa e permite que a coleta de dados se dê com base na discussão focada em tópicos específicos, na qual os participantes são incentivados a emitirem opiniões sobre o tema de interesse. Devido a essa possibilidade de interação, a Roda de Conversa assume as mesmas características da técnica do grupo focal, pois funcionam como instrumentos de compreensão de processos de construção de uma dada realidade por um grupo específico. Segundo Gatti (2005, p.11), “a pesquisa com grupos focais, além de ajudar na obtenção de perspectivas diferentes sobre uma mesma questão, permite ideias partilhadas por pessoas no dia a dia e dos modos pelos quais os indivíduos são influenciados pelos outros”. Os resultados finais ainda estão em andamento, mas até o momento, podemos destacar avanços significativos após a realização das ações na Escola João Barbosa. O primeiro encontro consistiu em uma palestra sobre os tipos de preconceitos, com foco no racismo, e os alunos demonstraram interesse e participação ativa. No segundo encontro, a atividade de análise de frases racistas aprofundou o entendimento dos alunos sobre o racismo cotidiano, promovendo discussões construtivas. No último encontro, os alunos expressaram suas experiências com racismo por meio de desenhos, criando um ambiente seguro para compartilhar vivências pessoais.
Palavras-chave
Afrocientista; Escola pública; Discriminação.
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