Portal de Eventos do IFRS, V Mostra de Pesquisa, Ensino e Extensão do IFRS - Campus Viamão

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Por uma educação ambiental critica para as novas gerações
Pietra Cunha da Silva, Claudio Fioreze

Última alteração: 14-10-2022

Resumo


RESUMO

A urbanização e a digitalização da sociedade tem afastado as pessoas da natureza, fechando-as em si ante concretos e muros, numa gentrificação que as afasta da vida comunitária e induz a uma alimentação insustentável. Uma vida travestida de modernidade high tech que, na verdade, ocupa ainda mais o tempo livre num sobretrabalho sem fim. As pessoas não despendem na alimentação um tempo que lhes é cada vez mais escasso. É clara a carência de conhecimento em cultivar ao menos parte dos alimentos cotidianos, identificar plantas e seus usos. Os jovens, diferentemente de seus pais/avós, nasceram na urbe e experenciaram ambientes rurais ou naturais. Este ciclo vicioso leva a situações extremas de doença física e mental individual e coletiva, onde prospera uma imensa ignorância ecológica, pondo em risco nosso futuro comum: a harmonia entre ser humano e meio ambiente. O programa EcoViamão e o projeto Hortas Escolares Agroecológicas têm buscado trabalhar estes temas na rede escola municipal e estadual de Viamão, cumprindo o que está prescrito na Lei 9.795: “a educação ambiental (...) deve estar presente, de forma articulada, em todo o processo educativo, em caráter formal e não-formal”. O projeto atua em 30 escolas escolas estaduais em 2022, sendo que acompanho semanalmente as escolas Santa Isabel, Walt Disney e Walter Jobim. As principais práticas são: hortas suspensas, verticais e horizontais; separação de resíduos e composteiras; relógio do corpo humano; PANC e alimentação saudável. Primeiro se fazem mutirões de limpeza visando separar pedras, terras e resíduos plásticos, vidros e metais. Nas hortas horizontais, a terra é revirada para afofar e, quando necessário, é espalhado o composto, os vegetais são plantados e aplica-se camada de palha ou folhas para proteger o solo visando a manutenção da umidade ideal. Em geral se cultiva couve, beterraba, cebolinha, alfaces, rúcula, etc., de forma consorciada, com colheitas aos 30, 45, 60 dias e assim por diante. Quando prontas para colher, são distribuídas na alimentação escolar ou para os alunos levarem para a casa (os produtos e a experiência educativa). A composteira pode ser feita de diversos materiais, como pallets, tijolos ou telas, sendo nelas dispostas camadas de resto de comida e palhas, eventualmente minhocas e inóculo (terra preta); com isso, a escola terá a produção de fertilizante natural orgânico para as suas hortas, sendo sua localização ideal perto da cantina para facilitar o acesso das merendeiras. Se cada escola tiver uma composteira, apenas resíduos como plásticos, vidros e metais irão para a coleta pública, o que é muito benéfico para o meio ambiente e a economia. As ações do projeto são maioritariamente feitas com os alunos, contando com o suporte em momentos chave. Os estudantes sentem prazer em sair da sala para uma atividade prática como as hortas, o que faz muito bem a eles individual e coletivamente, que aprendem a educação ambiental de base ecológica de uma forma concreta e positiva, beneficiando o corpo e a mente e formando cidadãos socioambientalmente críticos.



Palavras-chave


urbanização; alimentação; cidadania