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O papel das cooperativas na certificação de orgânicos
Lucas Hoeser Marques, Marilia Bossle

Última alteração: 11-10-2022

Resumo


A certificação orgânica é um instrumento que torna o mercado de alimentos mais competitivo e dá mais segurança aos consumidores. Para garantir uma produção sustentável de alimentos, destaca-se o  papel de relevância de formas alternativas de organização, como cooperativas e associações orgânicas. Na busca de ampliar o acesso a alimentos que gerem menores impactos socioambientais, o presente trabalho tem o objetivo de mapear iniciativas de organização na agricultura familiar, que levem em consideração questões socioambientais e a facilitação da certificação de orgânicos. O intuito da pesquisa é de elencar viáveis soluções, no que se refere a novas formas na certificação de orgânicos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, a qual, foi baseada em artigos científicos, textos virtuais e revisão bibliográfica para a captação de informações necessárias para elaboração do referencial teórico. É relevante abordar, ainda, que terá uma parte da pesquisa que será quantitativa. O objeto de estudo são cooperativas que adotam novas formas na certificação de orgânicos, como a certificação pelo sistema participativo de garantia. Os resultados, ainda que preliminares,  nos levam à investigação de organizações que vem desempenhando um papel fundamental na certificação de orgânicos. Dessa forma, com o mapeamento foram estudadas 5 cooperativas ligadas ao movimento dos trabalhadores sem terra (MTST), no Rio Grande do Sul. Entre as cooperativas, podemos destacar seus métodos de certificação de orgânicos, onde é feita a certificação por auditoria e sistemas participativos. Um exemplo da pesquisa é a marca de orgânicos “terra livre agroecológica", uma iniciativa de quatro cooperativas do Rio Grande do Sul. A marca trabalha somente com produtos orgânicos certificados. Os alimentos recebem a certificação participativa, pela Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs). Estão envolvidas na certificação a Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap); Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan); Cooperativa de Produção Agropecuária dos Assentados de Tapes (Coopat); e Cooperativa de Produção Agropecuária dos Assentados de Charqueadas (Copac). Vale ressaltar, que o sistema participativo de garantia, tem como objetivo não somente reduzir o custo da certificação, mas de preservar a autonomia do grupo, a corresponsabilidade e consolidar o tecido social e produtivo. Ainda assim, o sistema participativo permite que os assentados beneficiem, embalem e comercializem seus produtos em diferentes mercados, sob responsabilidade das cooperativas envolvidas. Gerar tais informações para que o produtor se insira no mercado, é essencial para produzirmos alimento saudável e ecológico. Desse modo, estão sendo investigadas as cooperativas citadas para que possamos ter um panorama mais exato das etapas seguintes da pesquisa, onde serão feitas entrevistas com os assentamentos referidos, levantamento de dados e outras investigações a respeito da certificação obtida a partir dos sistemas participativos de garantia.

Palavras-chave


Certificação; Cooperativas; Orgânicos; Sistema participativo.

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