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A situação das mulheres frente aos impactos das mudanças climáticas e sua representatividade nos espaços de estudo e tomada de decisão
Última alteração: 05-10-2022
Resumo
Com origem nas atividades antrópicas, especialmente a acelerada industrialização do último século, as mudanças climáticas que o mundo enfrenta atualmente vêm impactando o meio ambiente e gerando reflexos negativos na sociedade. Estes impactos, porém, não se dão de forma homogênea. Estudos mostram que determinadas populações vivem em contextos de alta vulnerabilidade aos impactos das mudanças no clima, estando as mulheres entre os grupos sociais mais afetados. Além disso, mulheres possuem pouca presença em espaços de estudo e tomada de decisão sobre a pauta climática, resultando em uma menor representatividade de seus interesses. Diante do exposto, o presente trabalho trouxe o seguinte problema: como o recorte de gênero influencia as decisões em relação aos impactos das mudanças no clima? Para responder à problemática, foram abordados os seguintes objetivos: compreender como e porque as mulheres de populações vulneráveis sentem mais os impactos das mudanças climáticas; e levantar dados sobre a participação de mulheres em espaços de estudo e tomada de decisão sobre o clima, investigando a relação entre a presença feminina nesses espaços e sua influência sobre a pauta ambiental. A metodologia deste trabalho baseou-se em uma pesquisa qualitativa com coleta e organização de dados secundários para estruturar a argumentação e responder ao problema de pesquisa e objetivos. Também foi realizada uma revisão da literatura acerca do tema estudado, com o intuito de mapear o conhecimento já produzido e sustentar o desenvolvimento da pesquisa. Em seguida, foram trazidos dados sobre a participação feminina em grupos institucionais da agenda climática brasileira, utilizando como base relatórios produzidos pelo Observatório do Clima. Ainda, foram levantados dados sobre a paridade de gênero no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), onde concentra-se um relevante número de pesquisadores da área. Como resultados finais, concluiu-se que a participação feminina ainda é baixa nestes espaços, e verificou-se que uma maior diversidade de gênero aumentaria as chances dos grupos marginalizados ganharem maior visibilidade na construção de estratégias e soluções. Por meio dos dados coletados, percebeu-se que, apesar dos obstáculos estruturais, as mulheres são fortes agentes de mudança e promovem significativas contribuições para o debate climático. Sendo assim, a importância deste trabalho foi trazer à tona os riscos que as populações vulneráveis, especialmente mulheres, enfrentam devido aos efeitos das mudanças climáticas. E, em contrapartida, questionar se quem está a cargo das tomadas de decisões sobre a mitigação dos impactos no clima está pensando em um contexto de gênero e planejando ações que visem a segurança de mulheres e demais populações invisibilizadas.
Palavras-chave
Mudanças Climáticas; Gênero; Meio Ambiente
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