Última alteração: 04-03-2020
Resumo
As embalagens cartonadas, mais conhecidas como longa vida, são os constituintes de maior representatividade nos aterros sanitários do país. Estas contém três tipos de materiais, nas seguintes proporções: 75% de papel, 20% de polietileno e 5% de alumínio. O Brasil é considerado o segundo maior consumidor de produtos com este tipo de embalagem, sendo fabricadas cerca de 6 milhões por ano, e sua reciclagem pode garantir um impacto positivo, tanto ambiental quanto social e econômico. Por conter mais de uma camada, a reciclagem das embalagens inicia-se com a separação dos materiais, com a utilização de um equipamento chamado “hidrapulper”, semelhante a um liquidificador. Os resíduos separados podem ser usados como matéria-prima para fabricação dos mais variados produtos. As fibras do papel kraft podem retornar a linha de produção de embalagens externas, já o polietileno e o alumínio oriundos desta separação, têm sido utilizados na construção civil para produção de tapumes, chapas e telhas, reduzindo a destinação inadequada. A cada 1.000 kg de embalagens recicladas, são gerados 750 kg de papel kraft, evitando o corte de cerca de 20 árvores, 200 kg de plástico e 50 kg de alumínio que podem ser reutilizados. Uma importante iniciativa para que esse processo seja difundido é feito pela Tetra Pak, maior fabricante deste tipo de embalagem, a empresa possui um programa de disponibilização de equipamentos necessários para a reciclagem, facilitando e incentivando novos recicladores. O objetivo deste trabalho é a análise da viabilidade técnica e ambiental de implementação de uma empresa de reciclagem destas embalagens para a produção de telhas ecológicas. Em atendimento à disciplina de Vivência Ambiental IV, para elaboração deste trabalho foram levantados dados sobre a produção e reciclagem de embalagens cartonadas e as dificuldades de estimar a quantidade de resíduos gerados pós consumo na cidade de Viamão, bem como o processo de fabricação telhas a partir deste produto. Após a pesquisa, foi observado que o processo de reciclagem desses elementos contidos nas embalagens, é um importante contribuinte para uma grande redução de volume nos aterros e no meio ambiente, já que para fabricação de uma telha, cerca 2.000 embalagens são utilizadas e, para cobrir uma casa de 100m2, são necessárias cerca de 160 mil. Assim, estas deixam de ser destinadas aos aterros ou descartadas inadequadamente. Além disso, as telhas ecológicas são mais duráveis, suportando uma carga de 150 quilos por metro quadrado e são mais leves, aproximadamente 15 quilos a menos que as convencionais. Entretanto, durante o processo, também são gerados efluentes que deverão ser reciclados no processo e tratados adequadamente, outro problema existente para a implementar a empresa está vinculado a coleta deste resíduo no município. Portanto, para a implementação da empresa de reciclagem, poderia haver uma associação com cooperativas através de uma proposta econômica da compra das embalagens cartonadas, garantindo desta forma o abastecimento deste resíduo como sua matéria-prima. Torna-se importante implementar subsídios para as indústrias de reciclagem e também para as cooperativas, minimizando desta forma os impactos ambientais locais atendendo as exigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos.