Última alteração: 16-11-2018
Resumo
Calcula-se que cerca de 0,3% da água disponível no planeta seja utilizada para fins industriais, agrícolas ou domésticos, destacando-se seu uso para consumo humano (BASSOI, 2015). Toda a água consumida retorna a um curso na forma de efluente, sendo uma ameaça de contaminação para os rios, lagos ou lagoas, podendo influenciar no ecossistema, na saúde humana e causando alterações das características físicas, químicas e biológicas das águas. Assim, a falta de tratamento dos efluentes constitui uma problemática. No Brasil, a falta de saneamento básico afeta a qualidade das águas disponíveis, de modo que o esgoto bruto é canalizado direto a um corpo hídrico ou contido em poço negro possivelmente em contato com lençol freático (BASSOI, 2015). Essa situação pode ocasionar a liberação de grande quantidade de matéria orgânica, nutrientes e bactérias, muitas vezes, inviabilizando o seu consumo diverso. Conforme BAIRD (2011), o principal componente do esgoto domestico, além da água, é a matéria orgânica de origem biológica. Ela esta presente principalmente na forma de partículas de tamanhos macroscópico suficientes para serem retidas por uma grade, até as de tamanhos microscópicos, que retém os materiais suspensos na água na forma de colóides. Considerando que a água integra as preocupações do desenvolvimento sustentável, baseado nos princípios da função ecológica da propriedade, da prevenção, da precaução, do poluidor-pagador, do usuário pagador e da integração, bem como no reconhecimento de valor intrínseco à natureza, devem ser desenvolvidas ações preventivas e pesquisas na área de tratamento de efluentes. Com base nessas informações e com a preocupação em manter a qualidade dos recursos hídricos em locais onde há despejo de efluentes domésticos, este trabalho tem por objetivo construir um sistema de decantação e filtragem do esgoto domestico bruto, de forma viável e de baixo custo, tendo em vista a sua implantação no meio rural. Além do baixo custo, o processo provavelmente não deverá oferecer risco ao meio ambiente, pois na construção do sistema serão utilizados materiais naturais, com exceção de canos de PVC. O sistema é formado por três caixas interligadas, onde as caixas 1 e 2 são constituídas por estrutura de argila, capim brachiaria e taquara e a caixa 3 consiste em trincheira direto no solo e revestida de brita e carvão vegetal. Foram executados testes em garrafas pets, com o intuito de observar as camadas de filtração, antes da introdução nas caixas do sistema, detectando a olho nu a drenagem do efluente. A filtragem com carvão vegetal, carvão ativado e brita apresentaram um bom resultado quanto a fluidez e retenção de partículas solidas, atingido o esperado durante os testes. A caixa final propiciou um efluente que não provocou definhamento de plantas, além de preservar as águas acessíveis para as gerações futuras..O sistema necessita de mais pesquisas e aperfeiçoamentos, despertando um potencial para o tratamento de efluente domestico em zonas rurais e urbanas.