Última alteração: 20-11-2018
Resumo
O Redesenho da Matriz Agroecológica da COPERAV (Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Reforma Agrária de Viamão) é um projeto que está em curso no Assentamento Filhos de Sepé, em parceria com o Projeto EcoViamão, conduzido pelo IFRS (Instituto Federal do Rio Grande do Sul) de Viamão. O Assentamento Filhos de Sepé agrega 376 famílias em 9.400 hectares de área, sendo 3.200 hectares de unidade de conservação integral, 1.400 hectares dedicados à produção de arroz orgânico e 40 hectares com hortas orgânicas. Este projeto parte da premissa de que a renda das famílias assentadas e as receitas da COPERAV vêm apresentando excessiva dependência da atividade da produção do arroz orgânico que termina tendo, para este assentamento, os efeitos de uma monocultura – concentração temporal de trabalho e de receita, de capital de giro e também de riscos, na medida em que uma eventual frustração de safra tende a gerar considerável redução da renda auferida, comprometendo a sustentabilidade socioeconômica do grupo envolvido. O assentamento, da mesma forma que a agricultura familiar, deve levar em conta uma eventual redução da força de trabalho disponível, ao longo do tempo. Neste sentido, o redesenho prevê a constituição de novas atividades - sempre agroecológicas, e, por conseguinte, novas receitas, tanto para os associados como para a COPERAV. Pretende-se ampliar as atividades produtivas, reestruturar as fontes de receita e, principalmente, redistribuir temporalmente o trabalho e as rendas decorrentes deste. Algumas ações já estão em curso, como a integração e ou parcerias com as cooperativas Nova Aliança, COMAFITT (Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itatí, Terra de Areia e Três Cachoeiras) e CAAF (Cooperativa de Agroindústria da Agricultura Familiar). A metodologia pretendida é essencialmente participativa, envolvendo revisão e difusão de conteúdos específicos, reuniões, viagens, palestras, oficinas e a constituição de unidades experimentais/demonstrativas. Os resultados esperados são a equalização ao longo do ano agrícola da força de trabalho, assim como a inserção de mulheres e jovens em atividades produtivas, melhoria da renda dos assentados e consequentemente da própria COPERAV; intensificação das atividades já desenvolvidas, como a produção de arroz, hortaliças, introdução de novas atividades como produção de ovos, uva, goiaba, maracujá e bovinos de corte, dentre outras.