Última alteração: 20-11-2018
Resumo
O projeto “Inclusão social e alimentação saudável na Comunidade Mbyá-Guarani da Aldeia do Cantagalo” faz parte do Programa EcoViamão (Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica de Viamão e Entorno), coordenado pelo IFRS - Campus Viamão. O objetivo deste projeto aprovado pelo Edital 73/2017 é potencializar as ações de extensão, pesquisa, iniciação científica e educação profissionalizante e tecnológica no caminho da transição agroecológica e da segurança alimentar e nutricional sustentável (SANS). Busca-se, ao fim e ao cabo, maiores níveis de sustentabilidade ambiental, social e econômica no entorno do Campus Viamão do IFRS, em especial junto aos povos tradicionais e do entorno de unidades de conservação ambiental. Para isso, escolheu-se como local de implantação de um pomar agroecológico e uma horta sintrópica, a aldeia Comunidade Mbya Guarani da Aldeia do Cantagalo, que possui 42 famílias numa área de 250 hectares, sendo a maior parte desta área de vegetação nativa. A média de área de cultivo por família, segundo a EMATER, é de apenas 0,2 ha, o que demonstra a vulnerabilidade e a pouca auto-suficiência da comunidade. No primeiro momento, propomos implantar na aldeia um sistema de horta diversificada com consórcio de espécies olerícolas, plantas medicinais e adubos verdes e, no segundo momento, iniciar a implantação de um sistema agroflorestal (SAF) com base nos princípios da agricultura sintrópica (AS). A AS é um sistema sustentável desenvolvido pelo engenheiro agrônomo suíço Ernst Götsch, que cultiva, na mesma área, na Bahia, floresta, alimentos e fibra (hortaliças, frutas e madeira), onde se parte de um sistema simples (por exemplo, uma monocultura, uma área degradada ou com pouquíssima vegetação) para um sistema complexo (altamente biodiverso, com máxima fotossíntese e cobertura do solo, com interações de diferentes espécies e extratos aéreos e subterrâneos da flora, estimulando microorganismos e imitando o sistema de floresta, com manejo intensivo, podas e altas densidades de sementes). Propomos também mutirões para fortalecimento dos parceiros do EcoViamão para a implantação do sistema, bem como práticas de educação ambiental e SANS aos moradores da comunidade. Espera-se, com o projeto, a ecologização e a melhor qualidade e oferta alimentar na comunidade, assim como o aprofundamento da parceria entre órgãos públicos como o IFRS, a EMATER, a UFRGS,a Prefeitura Municipal, entre outros. Outro benefício é o resgate e integração dos conhecimentos ancestrais indígenas com os da comunidade externa - acadêmicos ou não -, contribuindo com a construção democrática da ciência da Agroecologia.