Portal de Eventos do IFRS, III Mostra de Pesquisa, Ensino e Extensão do IFRS - Campus Viamão

Tamanho da fonte: 
A LINGUAGEM NA CONSTITUIÇÃO DO SER HUMANO EM CHARLES TAYLOR
Gabriela Conceição Viegas, Paola Porto Oleques, Rogerio Foschiera

Última alteração: 08-11-2018

Resumo


O projeto de pesquisa visa compreender a importância da linguagem enquanto questão filosófica inerente à ontologia do ser humano pela visão de Charles Taylor. Para Taylor, é possível compreender o momento histórico atual, a demanda por autenticidade e a ética implícita com base na perspectiva expressivista nascida no Romantismo. Este trabalho coloca em evidência o problema da linguagem, não para um exame exaustivo da questão em si, mas para situar nele a autenticidade tayloriana. Consideramos os aspectos centrais do pensamento de Johann Gottfried von Herder sobre a linguagem, passando brevemente por alguns outros pensadores como Martin Heidegger, também importantes para Taylor. E, por fim, situarmos o significado e as decorrências da perspectiva expressivista. O problema da linguagem na visão tayloriana é abordado na perspectiva do ser humano como animal portador de logos. Segundo Taylor, a linguagem é vista como ação, expressão, forma de vida. O objetivo desta pesquisa é identificar a relação entre linguagem e autenticidade na constituição do ser humano em Charles Taylor e sua relação com a contemporaneidade, refletir sobre temas atuais do cenário brasileiro e mundial a partir de outros autores que sejam referências, apresentar perspectivas de assimilação e alternativas reflexivas para o fenômeno humano a partir da linguagem e em seus desdobramentos éticos, subjetivos e sociais. A metodologia será hermenêutica e dialética, com revisão bibliográfica e diálogo com a realidade. A dimensão linguística é parte do processo reflexivo, uma ação expressiva que se dá com outros num espaço público. A autoconsciência nasce da prévia intersubjetividade, de uma visão de mundo, emoções e linguagem compartilhadas, o que Taylor chama de “comunhão”. A ontogêneses do eu nos tira dessa condição inicial e nos leva a uma linha de tempo que o eu pode narrar como passado e dirigir ao futuro, como memória autobiográfica e controle executivo. Há no ser humano um ponto de partida que é uma fome de comunhão e que o situa num mundo comum e constituído linguisticamente. O amadurecimento do eu humano se configura a partir da participação compartilhada com o mundo,  por meio de uma convicção gradual e crescente de que a minha posição e perspectiva é diferente dos demais. Essas distintas participações no mundo demandam posteriores “conversações restauradoras”, um esforço de negociação para recuperar certo acordo comum.

 


Palavras-chave


linguagem, autenticidade, expressivismo