Última alteração: 11-10-2017
Resumo
O Brasil segue, de um modo geral, um modelo de agricultura tradicional caracterizado pela utilização de grandes propriedades, produção mecanizada, o uso de monocultura e a aplicação intensiva de defensivos agrícolas, e que, devido a este último, o país desponta como um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo (INCA, 2015). Não obstante, os impactos provindos deste modo produção não ficam restritos apenas ao meio ambiente pelo mau uso dos recursos naturais e pela perda de biodiversidade local, geram também, impactos em toda sua cadeia produtiva, causando severas consequências no âmbito cultural, econômico, tecnológico, político e social. Somado a isso, tem crescido o número de grupos de consumidores que demonstram interesse em se alimentar de forma mais saudável, passando a se interessar em conhecer a origem dos produtos que consomem, assim como em se aproximar dos produtores, buscando canais de compra de alimentos mais diretos (SCHULTZ, 2007). E é neste contexto que surgem as formas alternativas de produção, com destaque à produção agroecológica e orgânica, que apontam soluções aos problemas gerados pelo defasado modelo tradicional que ainda predomina no país. Este projeto de pesquisa tem como objetivo, portanto, identificar quais são os motivos que levam a produção de agroecológicos e orgânicos no Rio Grande do Sul, analisando como parcerias, símbolos, mitos e crenças influenciam o produtor, e constatando se há e quais são os incentivos ou barreiras para a realização de suas atividades. O método da pesquisa será desenvolvido, em um primeiro momento, obtendo dados secundários para realizar o mapeamento de produtores orgânicos do Rio Grande do Sul, identificando assim grupos e atores envolvidos. Com isso, o projeto anseia desenvolver proposições e contribuir com o quadro teórico a respeito do tema, o qual será discutido com especialistas, a fim de validá-lo para investigar o mesmo de forma empírica, a qual se dará em colaboração com diferentes instituições. Para que, em um segundo momento, seja feita uma pesquisa qualitativa e exploratória, por meio de entrevistas que abordarão temas como as motivações para adoção da certificação orgânica, os objetivos comuns das organizações envolvidas, o ambiente cooperativo ou competitivo, barreiras, perspectivas para a produção orgânica, entre outros. Desta forma, busca-se, ao decorrer do projeto, aprender como expandir e desenvolver esse meio de produção orgânica e natural, criando valor e aumentando os ganhos no setor.