Última alteração: 21-10-2021
Resumo
As redes sociais durante o período pandêmico foram de suma importância para a comunicação entre as pessoas, influenciando diretamente no modo de vida antes adotado pela sociedade. Contudo, os meios digitais não estão limitados apenas ao papel de intercomunicadores, uma vez que podem servir de suporte e banco de dados a diversas pesquisas científicas. O projeto de pesquisa denominado “Levantamento da biodiversidade entomológica do Vale do Paranhana” almeja coletar artrópodes da região para a Coleção Entomológica Alfred R. Wallace, a qual permite desenvolver aulas práticas sobre entomologia, estudos, pesquisas, exposições, palestras e transformar o IFRS - Câmpus Rolante em uma referência local. A análise dos espécimes ficou restrita a fotografias dos indivíduos coletados, o que foi um desafio durante a pandemia. A partir dessas circunstâncias, se adotou como método o uso de plataformas virtuais como suporte à identificação. Dentre essas plataformas, se fez uso do aplicativo iNaturalist e de grupos de discussão em redes sociais sobre fauna entomológica. Os resultados encontrados foram obtidos principalmente por meio do aplicativo, o qual recebe colaboração de pesquisadores, biólogos e observadores da natureza. A partir do carregamento de imagens de indivíduos da coleção nas plataformas, os colaboradores podem auxiliar no processo de classificação biológica, auxiliando assim a chegar em um consenso sobre a qual táxon o indivíduo pertence. Se adotou dois tipos de submissões de imagens: a) de indivíduos sem identificação; b) de indivíduos já identificados com uso de guias físicos, que serviram para calibragem das plataformas. Os resultados ainda são parciais, no entanto, das 50 publicações de indivíduos sem identificação nas plataformas, cerca de 50, 47, 32, 18 à nível de ordem, família, gênero e espécie, respectivamente. Das 43 publicações de espécies já identificadas, todos os colaboradores confirmaram as mesmas identificações previamente realizadas. Logo, conclui-se que plataformas de ciência cidadã, como o Inaturalist, se bem exploradas, auxiliam não só na identificação de espécies, mas também no desenvolvimento de demais pesquisas no âmbito científico, superando assim algumas adversidades impostas pela pandemia.