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Alterações macroscópicas e celulares de Girardia schubarti submetidas a dois tipos de tratamento de água
Sandro Rodrigo Martins Sobrinho, Elenir de Fátima Wiilland, Maikel Rosa de Oliveira, Gabriela dos Santos Sant'Anna

Última alteração: 28-09-2023

Resumo


Os ecossistemas aquáticos cobrem mais de dois terços do nosso planeta e desempenham um papel fundamental no controle da temperatura, além de fornecer uma grande variedade de serviços à população humana. Cada vez mais as ações antropogênicas têm provocado impactos negativos nesses ecossistemas, tornando o grau de contaminação elevado. Sendo assim, o tratamento da água para o consumo humano se faz necessário. Tradicionalmente, são utilizados coagulantes inorgânicos, como por exemplo, o sulfato de alumínio. Entretanto, a utilização desse coagulante tem sido amplamente debatida, pois tem sido descrito que o lodo residual gerado no tratamento da água é tóxico para o meio ambiente e organismos aquáticos. Nesse sentido, se justifica investigar novas alternativas para o tratamento de água que não produzam resíduos tóxicos. O tanato quaternário de amônio (TN) é um extrato de origem vegetal, sendo recomendado no tratamento de águas e efluentes. Desta forma, o objetivo desse estudo foi verificar os efeitos da água tratada com sulfato de alumínio e tanato quaternário de amônio em planárias da espécie Girardia schubarti, avaliando alterações macroscópicas, locomotoras e teciduais. Durante os experimentos, 60 animais foram expostos aos diferentes tratamentos de água (sulfato de alumínio e TN) por um período de até 72 horas, sendo observadas diariamente possíveis alterações macroscópicas (contração, despigmentação,perda da fotossensibilidade e necrose) e locomotoras (dificuldade de se aderir ao substrato e deslizar). Além disso, a cada 24 horas de exposição, 6 animais de cada tratamento foram submetidos ao processamento histológico para permitir a observação de possíveis alterações teciduais. Foi observado que os animais submetidos a água tratada com sulfato de alumínio apresentaram maior número de indivíduos com necrose (p=0,012, Qui-quadrado) quando comparado ao grupo submetido a água tratada com TN. Para as demais alterações macroscópicas observadas não foi constatado diferença significativa entre os grupos. A análise  tecidual dos animais submetidos a água tratada com sulfato de alumínio demonstrou alteração na estrutura intestinal, destruição testicular, rompimento das fibras musculares e formação de tumores. Ao analisar o grupo submetido a água tratada com tanato quaternário de amônio foi possível observar alterações no epitélio cobertor, rompimento da membrana basal, diminuição de rabdites e hipertrofia. Como conclusão, se constatou que planárias submetidas a água tratada com sulfato de alumínio apresentaram maior número de indivíduos com necrose (alteração macroscópica) e processo de cicatrização celular a nível tecidual, indicando morte celular e processo inflamatório no local, sendo um indicativo da toxicidade do sulfato de alumínio. No grupo submetido ao tanato quaternário de amônio houve maior dano tecidual relacionado a locomoção do animal, como por exemplo alteração nos rabdites, estruturas responsáveis pela produção de muco.

Palavras-chave


Sulfato de alumínio; Tanato quaternário de amônio; Planárias.

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